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Enquanto surgem novos centros de poder, Europa está se fechando em si mesma, diz diplomata francês

© Sputnik / Vitaly BelousovBandeiras na Embaixada da França em Moscou.
Bandeiras na Embaixada da França em Moscou. - Sputnik Brasil, 1920, 26.08.2023
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Com o agudo problema de envelhecimento da sua população, a Europa não vai recuperar a influência que teve no mundo nos séculos XIX e XX, e o futuro da humanidade será decidido fora das suas capitais, opina o diplomata francês Gérard Araud em um artigo no The Telegraph.
Um dia depois da conclusão da 15ª Cúpula do BRICS, em que se reuniram os líderes das economias emergentes mais importantes do mundo, a imprensa internacional começou a se encher de reflexões sobre quem ficará no comando da ordem econômica, política e comercial no mundo ante uma União Europeia (UE) que enfrenta problemas internos e, como resultado da sua dependência de Washington, não é capaz de garantir a sua própria segurança e defesa, como reconheceu o próprio presidente francês, Emmanuel Macron.

"Todos os sinais apontam para uma Europa fechada em si mesma. Un continent de vieux [um continente de velhos]. O futuro da humanidade será decidido definitivamente em outro lugar", afirma Araud, que serviu como embaixador da França nos EUA.

Durante a reunião do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Joanesburgo, foram constantes as vozes a favor de uma multipolaridade contraposta ao domínio de países como os EUA e os europeus. Além disso, foram debatidas as possibilidades e a necessidade de desdolarizar o comércio internacional. Praticamente nenhum dirigente da Europa Ocidental participou do encontro.
Logotipo do BRICS em Joanesburgo - Sputnik Brasil, 1920, 25.08.2023
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O diplomata francês dá como exemplo o seu próprio país, que, segundo ele, tem vindo a perder progressivamente o seu poder em paralelo com o seu declínio demográfico.
"A Europa enfrenta uma situação sem precedentes. É previsto que a sua população total diminua 5% entre 2010 e 2050, mas 17% entre as pessoas de 25 a 64 anos. As populações da Hungria, dos Estados Bálticos, Eslováquia, Bulgária, Portugal, Itália e Grécia já estão diminuindo, enquanto a da Alemanha está se estabilizando antes de um previsível declínio", disse Araud.
Segundo o ex-embaixador, a idade média dos europeus é de 42 anos, em comparação com os 38 anos dos Estados Unidos, e aumenta em média 0,2 anos por ano. Isto significa, afirma o diplomata, menos demanda e, portanto, menos crescimento e sociedades menos dinâmicas. Segundo o autor do artigo, o problema se agravará nas próximas décadas, já que o número de europeus com mais de 80 anos duplicará.

"Nós, europeus, continuamos convencidos da centralidade do nosso pequeno continente não só na história da humanidade, mas também na configuração do mundo atual. Damos lições a todos os outros com base em valores que acreditamos firmemente serem universais. Nos consideramos nobres, poderosos e bem-intencionados", critica ele.

No entanto, Araud admite que "o período de verdadeiro poder europeu foi na realidade apenas um piscar de olhos histórico".
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