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Lula critica 'neocolonialismo verde' e cobra países ricos: 'Não haverá sustentabilidade sem justiça'

CC BY 2.0 / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) com convidados e Debate Geral
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) com convidados e Debate Geral - Sputnik Brasil, 1920, 09.08.2023
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Em seu discurso no encerramento da Cúpula da Amazônia, presidente criticou o que definiu como "neocolonialismo verde" por parte dos países ricos e lembrou que gastos militares ainda importam mais do que gastos com o meio ambiente.
Nesta quarta-feira (9), chegou ao fim a Cúpula da Amazônia, evento que aconteceu em Belém. Em suas declarações finais, Luiz Inácio Lula da Silva disse que "não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, a pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos regulatórios e políticas domésticas", afirmou o mandatário.
Em outro momento, Lula pediu a países ricos que se conscientizem de que são eles a principal causa do problema das mudanças climáticas.

"Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis ​​por mais de 75% da riqueza e emitem quase metade de todo o carbono que é jogado na atmosfera. Não haverá sustentabilidade sem justiça […] vamos à COP28 para dizer ao mundo rico que, se eles realmente querem preservar o que temos da selva, têm que colocar dinheiro", disse.

Ao mesmo tempo, Lula pontuou que não são nações como Brasil, Venezuela ou Colômbia que precisam do dinheiro, e sim, a natureza.
"Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia que precisa de dinheiro, não é a Venezuela. O desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu e estamos precisando que paguem a sua parte agora para recompor a parte do que foi estragado. A natureza é que está precisando de financiamento", declarou.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fala durante a Cúpula da Amazônia no Centro de Convenções Hangar em Belém, Brasil, 8 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 08.08.2023
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Em discurso de abertura, Lula diz que 'história da Amazônia será medida antes e depois' da cúpula
De acordo com o presidente, os países detentores de florestas tropicais "herdaram do passado colonial um modelo econômico predatório, baseado na exploração irracional dos recursos naturais, na escravidão e na exclusão sistemática das populações locais".

Lula também voltou a criticar os gastos militares, "que drenam recursos de que o mundo precisa para a promoção do desenvolvimento sustentável", e a cobrar os países ricos a destravar o fundo verde de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 459 bilhões) por ano, iniciativa conhecida como Fundo Global para o Meio Ambiente, que nunca saiu do papel.

O líder brasileiro citou o fundo afirmando que nele "países amazônicos dividem cadeiras, enquanto nações ricas têm assentos próprios".
"Sanar a falta de representatividade é elemento essencial de uma proposta abrangente e profunda de reforma da governança global que beneficie todos os países em desenvolvimento", disse.
CC BY 2.0 / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante foto oficial da Cúpula da Amazônia no Hangar Centro de Convenções em Belém, 9 de agosto de 2023
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante foto oficial da Cúpula da Amazônia no Hangar Centro de Convenções em Belém, 9 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.08.2023
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante foto oficial da Cúpula da Amazônia no Hangar Centro de Convenções em Belém, 9 de agosto de 2023
A realização da Cúpula da Amazônia teve como organizador principal o Brasil, mas também contou com a atuação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), uma organização intergovernamental formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
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