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Operação militar especial russa
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Como funciona 'linha de Surovikin' que as forças ucranianas não conseguem quebrar?

© Sputnik / Aleksei Maishev Militar das Forças Armadas da Rússia no setor sul da operação militar especial na Ucrânia, em 27 de junho de 2022
Militar das Forças Armadas da Rússia no setor sul da operação militar especial na Ucrânia, em 27 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 22.06.2023
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O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, reconheceu que o progresso no campo de batalha após o lançamento da ofensiva militar foi "mais lento do que o desejado", mas disse que o conflito "não é um filme".
Moscou diz o contrário, citando a perda de milhares de tropas ucranianas e centenas de tanques e veículos blindados para obter ganhos minúsculos. O que está impedindo a ofensiva de Kiev? A Sputnik explica.
Um ex-espião estoniano, Rainer Saks, revelou nesta semana que as "longas linhas defensivas" da Rússia pararam a contraofensiva da Ucrânia, tornando-se o mais recente observador da guerra por procuração OTAN-Rússia na Ucrânia a admitir que as unidades dos militares ucranianos treinadas, equipadas e armadas pela aliança ocidental não conseguiram alcançar nenhum objetivo estratégico antes da cúpula da OTAN em Vilnius no próximo mês.

Quais eram esses objetivos?

Kiev não disse publicamente, mas a mídia dos EUA e os think tanks de Washington concordam que os principais objetivos parecem estar centrados em cortar a chamada "ponte terrestre" entre a Crimeia e o restante território russo nas regiões de Zaporozhie e Kherson, bloqueando a península e prosseguindo com ataques mais profundos dentro da Rússia.
No momento, a ofensiva parece ter se pulverizado, com as forças ucranianas perdendo centenas de tropas e dezenas de veículos blindados diariamente, com o presidente Vladimir Putin relatando na semana passada que as perdas de blindados chegaram a 186 tanques pesados e 418 veículos blindados.

O que parou a ofensiva?

Além da bravura e determinação das forças russas, a chamada "linha de Surovikin", um termo usado pela primeira vez de forma irónica por tabloides britânicos, no final de 2022, em referência à construção de posições defensivas sob orientação de Sergei Surovikin, o general russo que serviu como comandante do Grupo Conjunto de Forças na zona da operação militar especial entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, foi creditada como tendo impedido um avanço ucraniano.

Quem é Surovikin?

O militar de carreira de 56 anos acumulou quase 40 anos de serviço nas forças militares soviéticas e russas e serviu como comandante da Força Aeroespacial da Rússia desde 2017.
Sendo um veterano da guerra do Afeganistão, onde serviu como comando das forças especiais, ele também foi comandante durante a Segunda Guerra da Chechênia, nos anos 2000, e na Síria, na década de 2010, onde seu comando das forças russas foi creditado por ajudar a virar a maré contra uma cacofonia de milícias jihadistas apoiadas pelo Ocidente.
© Sputnik / Mikhail KlementievSergei Surovikin, o general russo que serviu como comandante do Grupo Conjunto de Forças na zona da operação militar especial entre outubro de 2022 e janeiro de 2023
Sergei Surovikin, o general russo que serviu como comandante do Grupo Conjunto de Forças na zona da operação militar especial entre outubro de 2022 e janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 22.06.2023
Sergei Surovikin, o general russo que serviu como comandante do Grupo Conjunto de Forças na zona da operação militar especial entre outubro de 2022 e janeiro de 2023
A eficiência e os sucessos de Surovikin no campo de batalha levaram a mídia ocidental a difamá-lo com o apelido de "General Armageddon", supostamente devido às suas "táticas brutais" e "abordagem rígida e pouco ortodoxa de travar a guerra".

O que compõe a linha defensiva de Surovikin?

Por razões que seriam óbvias, os militares russos não se apressaram propriamente a fornecer detalhes sobre a composição exata de suas posições defensivas.
No entanto, relatos e análises da mídia indicam que as linhas defensivas consistem em uma complexa rede de trincheiras de infantaria, campos minados antipessoal e antitanque, dentes de dragão antitanque (estruturas de concreto de um metro de altura projetadas para retardar o avanço de blindados inimigos), bem como parapeitos de terra elevados para proteger equipamentos militares.
Tanque britânico Challenger - Sputnik Brasil, 1920, 22.06.2023
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As linhas defensivas, que percorrem quase 2.000 km através das regiões de Kherson e Zaporozhie, bem como da Crimeia, Donetsk, Lugansk e das regiões russas que fazem fronteira com a Ucrânia ao norte, são parcialmente visíveis para os planejadores militares em Kiev graças à armada de satélites da OTAN rastreando a situação no campo de batalha.
Mas a capacidade de Kiev para destruir essa infraestrutura é limitada por vários fatores:
1.
Total superioridade aérea russa;
2.
Capacidade limitada de atacar fortificações russas usando artilharia e mísseis devido à constante ameaça de contra-ataques do poder aéreo e artilharia russos;
3.
Uso efetivo russo de táticas de disfarce, envolvendo o uso de equipamentos fictícios, contramedidas, desinformação e operações de engano para desorientar e confundir o inimigo;
4.
O grande comprimento da linha de frente fortificada, que vai de Kherson no sul até a fronteira sul da Rússia com Belarus no norte.
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