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BRICS: por que cada vez mais Estados declaram interesse em se juntar ao grupo?

© AP Photo / Themba HadebeMulher passa diante de cartaz em homenagem ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela durante encontro do BRICS em Joanesburgo, na África do Sul, em 27 de julho de 2018
Mulher passa diante de cartaz em homenagem ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela durante encontro do BRICS em Joanesburgo, na África do Sul, em 27 de julho de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 26.04.2023
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A partir da implementação da operação militar especial russa na Ucrânia, diversos países manifestaram interesse em aderir ao bloco político. Para entender melhor a tendência, a Sputnik ouviu o embaixador e emissário da República da África do Sul no BRICS, Anil Sooklal.
Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a arquitetura política global passou a evidenciar suas falhas, é o que afirma o emissário sul-africano no BRICS (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Anil Sooklal, quando questionado sobre o que poderia motivar os novos interesses em relação ao bloco.
Para Sooklal, a nova onda de demanda surge a partir de Estados mais marginalizados, do Sul Global, que não são tratados com igualdade pelos países centrais, que trabalham apenas para a manutenção de sua hegemonia.

"[...] Acho que cada vez mais os países do Sul Global querem exercer sua independência, sua soberania e também ter suas vozes ouvidas no cenário global. E veem o BRICS como o fórum mais receptivo e mais alinhado às suas aspirações de criar uma comunidade global mais igualitária, inclusiva e justa", afirma o emissário.

De acordo com o embaixador, a onda de países emergentes da América Latina, da África, Oriente Médio e Ásia, que desejam se tornar membros do BRICS, significa que a defesa da multipolaridade ainda é a maneira mais inclusiva de promover o desenvolvimento de suas economias na defesa por uma ordem mundial em que suas vozes podem ecoar para além do que acreditam os Estados hegemônicos.

"Isso é uma afirmação de que o BRICS tem sido um campeão do Sul Global ao abordar as questões em torno da arquitetura política global desigual, da arquitetura financeira e comercial globais, que favorecem o Norte Global. E é por isso que os países estão dizendo que precisamos de uma mudança nesta arquitetura global e o BRICS é defensor disso", destacou.

De acordo com o especialista, somente na África, Argélia, Egito e Tunísia já se declararam especificamente interessados na adesão ao BRICS e que a expansão do bloco precisa começar a ser discutida.
Cartão de crédito (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2023
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O processo de expansão de um bloco de importância como o BRICS — que reúne os maiores mercados consumidores do mundo em termos reais quando observados população e espaço para investimentos — é complexo. Existem modalidades como membros observadores, membros plenos e países parceiros, mas a elaboração de como fazer essa importante expansão ainda está em desenvolvimento. Apesar disso, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS, agora presidido pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff (2011-2016), está um pouco mais avançado nessa discussão.
"[...] Através do Novo Banco de Desenvolvimento, já admitimos novos sócios como membros do banco. Quatro países — Uruguai, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bangladesh — foram admitidos como membros do BRICS no banco. Portanto, a expansão na instituição financeira do BRICS já ocorreu. Agora, o que se busca desses países é a associação política com o BRICS", explica Sooklal.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os países do BRICS ultrapassaram a contribuição do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para o crescimento global já a partir de 2020, o que, na opinião do especialista significa um impacto relevante na economia mundial.
"Em termos de produto interno bruto [PIB] e paridade do poder de compra [PPC], o BRICS agora é maior que o G7. O BRICS representa 31,5% e o G7 30%. Mas se somarmos os quatro novos membros do NBD ao PIB do BRICS, sobe para 34,5%. Então você pode ver que o BRICS em sua forma atual está se tornando maior que o G7 e, está previsto que até 2030, o BRICS será responsável por 50% do PIB global. Portanto, uma adesão ampliada também aumentará a pegada econômica global do BRICS", concluiu.
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