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'A era da hegemonia americana no Oriente Médio acabou', afirma colunista norte-americano

© Sputnik / Maksim Bogodvid / Acessar o banco de imagensUma estação de bombeamento de petróleo da empresa Tatneft na região de Almetyevsk, no Tartaristão
Uma estação de bombeamento de petróleo da empresa Tatneft na região de Almetyevsk, no Tartaristão - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2023
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Para o colunista do Washington Post, David Ignatius, a decisão pragmática da Arábia Saudita no fim de semana passado (2) de cortar a produção de petróleo e aumentar os preços enviou uma mensagem simples aos EUA. "Para o bem ou para o mal, a era da hegemonia americana no Oriente Médio acabou."
De acordo com o recente artigo do jornalista David Ignatius, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman pressionou os produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no domingo a reduzir a produção em cerca de um milhão de barris por dia, o que elevou o preço do petróleo bruto em mais de 6%, para cerca de US$ 85 (aproximadamente R$ 429,51) por barril, o que certamente desagradou o governo norte-americano que luta para conter a inflação.
O analista acredita que a Arábia Saudita está protegendo suas apostas, tanto quanto os Estados Unidos e apesar de os países não quererem qualquer ruptura nas relações, Washington e Riad se sentem desrespeitados mutuamente.
De acordo com Ignatius, o movimento na produção de petróleo do príncipe saudita "é como um endosso à pré-acusação do ex-presidente Donald Trump. Certamente, ele prefere os republicanos, mas também está protegendo suas apostas no Partido Republicano".
No entanto, o jornalista ainda acredita que Mohammed bin Salman seja leal, à sua maneira, ao ex-presidente Trump. O fundo soberano do príncipe saudita financiou o LIV Golf Tour, que apresentou os resorts de Trump e colocou mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,1 bilhões) em uma empresa de investimentos administrada por Jared Kushner, genro de Trump e ex-assessor sênior.
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O colunista arrisca dizer, fazendo um exercício de imaginação, que atualmente o presidente chinês Xi Jinping seja o "novo Trump" para o líder saudita, fazendo um importante papel de potência regional. Da mesma forma, o príncipe passou a não seguir cegamente os anseios do mercado ou do governo norte-americano como fizeram seus predecessores e resolveu o movimento na produção desconsiderado os anseios de Washington, que recebeu a notícia com alguma tranquilidade — diferentemente da reação de outubro de 2022.
"Rompi com isso porque quero coisas em troca", afirmou Mohammed bin Salman.
Os funcionários do governo Biden ainda estão apostando que os preços vão se estabilizar como em meados dos anos 1980 e que o efeito econômico geral será limitado. Mas se o mercado apertar e os preços ultrapassarem US$ 100 (cerca de R$ 504,28) por barril, "não está claro o que o governo pode fazer a respeito. Biden não é um presidente a quem este líder saudita possa fazer algum favor", pontuou Ignatius.
Para o colunista, Mohammed bin Salman quer basicamente manter a proteção dos EUA (e secretamente israelense) enquanto ignora seus interesses. "Isso não vai funcionar", diz ele.
"Os Estados Unidos mimaram uma Arábia Saudita vulnerável por mais de meio século porque precisávamos de seu petróleo. Agora, cada vez mais, não. O que queremos é uma Arábia Saudita que se comporte como um parceiro responsável, mesmo que inevitavelmente coloque os interesses sauditas em primeiro lugar", salientou.
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