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Chanceler da Nicarágua: 'Estados Unidos e países europeus pretendem destruir a Rússia'

© SputnikO ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada
O ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada - Sputnik Brasil, 1920, 31.03.2023
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A Nicarágua condena a sabotagem contra o gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) e a recusa do Conselho de Segurança da ONU em iniciar uma investigação sobre o caso, disse o chanceler do país centro-americano, Denis Moncada, em entrevista exclusiva à Sputnik durante sua visita à capital.
"Este tipo de ato terrorista é condenável", disse o ministro nicaraguense, insistindo que é "terrorismo de Estado" destruir infraestruturas "úteis não só para a Federação da Rússia, mas para outros países, outras cidades".
Ao mesmo tempo, sublinhou que "não é de estranhar que a ONU não tenha aprovado a formação de uma comissão de inquérito realmente independente", algo que mais uma vez demonstra que "os Estados Unidos e os países europeus utilizam agências das Nações Unidas" segundo os seus "interesses", mas "não para que haja justiça ou para que haja investigações objetivas, independentes e claras" que demonstrem que "são eles próprios os que perpetraram estes atos de terrorismo".
Segundo Moncada, o Tribunal Penal Internacional (TPI) tem sido usado da mesma forma para emitir um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, sem nunca investigar "guerras, agressões, destruições e mortes" causadas pelos EUA.

Rússia se defende contra OTAN

Segundo Moncada, a operação militar especial russa visa "defender a existência" e "garantir a segurança" do gigante eurasiano face à rejeição coletiva do Ocidente à proposta de Moscou de criar "um sistema de segurança abrangente, sustentável e mutuamente respeitoso, onde ninguém tem mais segurança que o outro".
"Já conhecemos aquela história de como te abordam na fronteira para te atacar e te destruir", disse o ministro, condenando a campanha mediática que pretende "fazer crer" que os EUA e os seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) "não são os agressores".
"Os EUA e os países europeus, que são amplamente subservientes ao governo dos EUA, pretendem destruir a Rússia", disse ele.
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Acrescentou que pela mesma razão o Ocidente coletivo assedia países como Nicarágua, Venezuela ou Cuba. "O império não gosta que os países sejam livres, mas sim que sejam súditos dóceis cumprindo suas tarefas", enfatizou.

Cooperação com Rússia 'não é perigo'

Moncada afirmou que a cooperação da Nicarágua com a Rússia "não é um perigo para a estabilidade, segurança e paz na América Central ou na América Latina" nem nos Estados Unidos, ao contrário do que afirmam Washington e a imprensa hegemônica.
"Não somos um país agressor, somos um país amante da paz. Fortalecemos todas as nossas instituições policiais e militares para garantir a vida cotidiana dos nicaraguenses. Não somos e não seremos uma ameaça à paz e à segurança. Nosso relacionamento com a Federação da Rússia nesses campos está indo exatamente nessa direção", enfatizou.
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Cooperação na luta contra o crime organizado

Moncada valorizou muito o treinamento por especialistas russos de agentes na Nicarágua para "lutar contra o crime organizado", especialmente contra "organizações do narcotráfico que transitam pela região centro-americana".
"Trata-se de contribuir para a capacidade das instituições policiais da Nicarágua e de outros países centro-americanos de manter a segurança cidadã", disse o ministro, lembrando que a grande causa do problema do narcotráfico na região são os Estados Unidos, um dos "principais usuários de drogas".

Acordo sobre questões nucleares

A visita à Rússia da delegação da Nicarágua chefiada pelo chanceler Moncada envolveu a assinatura de uma dezena de acordos bilaterais, entre eles o firmado com a estatal russa Rosatom sobre o uso não energético de tecnologias nucleares pacíficas.
Em declarações à Sputnik, o ministro precisou que a cooperação nesta matéria "está essencialmente voltada para dois campos: a agricultura e a medicina", tratando-se de "um uso exclusivamente pacífico e de fato altamente benéfico" para o povo da Nicarágua.
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O acordo vai permitir tratar doenças como o câncer em um hospital que deve ser instalado no país centro-americano, ao mesmo tempo em que contribui para sua "segurança alimentar", disse o ministro das Relações Exteriores.

Instituto Latino-Americano de Biotecnologia Méchnikov na Nicarágua

Moncada também destacou o funcionamento do Instituto Latino-Americano de Biotecnologia Méchnikov, fábrica de vacinas instalada na Nicarágua com tecnologia russa.
Informou que "está adquirindo cada vez mais capacidades", tanto para a produção de vacinas "para os nicaraguenses", quanto para exportar seus produtos para o restante da América Central e toda a América Latina.

Comércio em moedas nacionais

O chanceler da Nicarágua foi favorável ao uso de moedas nacionais e outras que não o dólar no comércio bilateral e internacional, algo que se tornou uma tendência mundial.
"Agora está nascendo uma nova ordem internacional e isso implica uma mudança substancial em diferentes áreas, incluindo o câmbio econômico, financeiro e comercial com moedas locais e não mais com o domínio do dólar como moeda internacional. Todos esses elementos estão surgindo, eles estão ocorrendo e dando origem a esta nova ordem internacional", disse o ministro.
"Nós da Nicarágua também estamos em condições de nos unir e estar em sintonia com esta transformação para tornar o mundo mais justo, mais equitativo e mais habitável para a população", enfatizou Moncada.
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