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Diplomata brasileiro aposentado: voto do Brasil na ONU sobre a Rússia é '1º tropeço do governo Lula'

© Foto / Wilson Dias/Agência BrasilDiretor do DNCE, do MRE, o embaixador Ronaldo Costa Filho fala sobre os resultados da 29ª Reunião do Comitê de Negociações Birregionais - Mercosul-União Europeia
Diretor do DNCE, do MRE, o embaixador Ronaldo Costa Filho fala sobre os resultados da 29ª Reunião do Comitê de Negociações Birregionais - Mercosul-União Europeia - Sputnik Brasil, 1920, 28.02.2023
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Embora reconheça a habilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em política externa, o embaixador aposentado Milton Rondó criticou o voto do Brasil em relação à Rússia na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, indicando que se trata do primeiro erro do terceiro mandato do chefe de Estado petista.
Em artigo publicado na revista Carta Capital na segunda-feira (27), o diplomata aponta os acertos da gestão Lula, como ter ido pessoalmente ao litoral norte do estado de São Paulo após as enchentes provocadas pelas fortes chuvas e o embate sobre juros praticados pelo Banco Central brasileiro.
A seguir, no entanto, ele descreve o que considera como o primeiro erro do governo brasileiro, que completa dois meses no próximo dia 1º.

"O voto do embaixador do Brasil [Ronaldo Costa Filho] na Organização das Nações Unidas, na semana passada, condenando a Rússia de forma unilateral, não apenas jogou o país na vala comum da manipulação midiática internacional, mas também nos retirou qualquer capacidade de envolvimento positivo na resolução do conflito, que poderá levar à aniquilação da humanidade", criticou.

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A decisão do Brasil também causou polêmica nas redes sociais, sobretudo porque o país adota, tradicionalmente, uma postura de neutralidade diante de conflitos.
Segundo Rondó, a diplomacia brasileira se afasta até daquela praticada pelo Vaticano.
Isso porque, em diversas ocasiões, o papa Francisco declarou que a operação militar especial russa na Ucrânia também decorre da política belicista da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

"Ao desconhecer qualquer legitimidade no pleito de um dos contendores, é o Brasil que – de plano – se retira qualquer possibilidade de contribuir para a resolução do conflito, na medida em que reconhecer algum grau de legitimidade nos pleitos adversários é condição 'sine qua non' [elementar] para a mediação de qualquer embate", argumentou.

Ele disse ainda que a incorporação da Crimeia à Rússia ocorreu devido ao golpe de Estado ucraniano, "patrocinado pelo Ocidente, em 2014, como aqui ocorreria em 2016 [com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff]", que alçaria ao poder "um belicista, filofascista [Vladimir Zelensky]".

"Desde então, a população russa em Donbass passou a ser alvo de verdadeira limpeza étnica por parte do governo filonazista, não tendo o Ocidente movido uma palha para conter o genocídio, embora a isso se houvesse comprometido pelos Acordos de Minsk, que se revelaram verdadeiro embuste promovido pelas potências garantes, França e Alemanha, historicamente derrotadas em suas tentativas de vencer a Rússia e, aparentemente, com isso jamais conformadas."

Representante da oposição ucraniana Viktor Medvedchuk em sessão do Tribunal de Apelação de Kiev. Ucrânia, 17 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 26.01.2023
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Rondó também questionou se o voto do embaixador do Brasil na ONU teria alguma relação com a gestão anterior, já que Ronaldo Costa Filho foi designado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para representar o Brasil na ONU.
"Se o erro não pode mais ser reparado, ao menos que os responsáveis se desculpem perante a nação, pois, infelizmente, o equívoco envolveu o nome e o destino destas 220 milhões de pessoas, que diariamente são obrigadas a resolver conflitos com mais sabedoria", concluiu.
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