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Foco de atividade sísmica: por que o terremoto turco foi tão mortal?

© AP Photo / Depo PhotosHomem caminha entre destroços de edifícios em Diyarbakir, sudeste da Turquia
Homem caminha entre destroços de edifícios em Diyarbakir, sudeste da Turquia - Sputnik Brasil, 1920, 07.02.2023
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Segunda-feira (6) de manhã, um terremoto de magnitude 7,8 abalou a Turquia e os países vizinhos, causando milhares de mortes na Turquia e na vizinha Síria, dezenas de milhares de feridos e milhares de edifícios desabados.
O terremoto na Turquia na segunda-feira foi o mais mortal desde pelo menos 1999, quando um terremoto de magnitude 7,4 matou mais de 17 mil pessoas. O recente terremoto é responsável por mais de 3.000 mortes na Turquia, segundo números divulgados pela autoridade turca de gerenciamento de desastres e emergências, mas esse número deve continuar a aumentar exponencialmente.
A Organização Mundial de Saúde estima que o número de mortes pode aumentar oito vezes. Se isso for verdade, seria o pior desastre natural que a Turquia sofreu desde 1939, quando um terremoto semelhante matou mais de 33 mil pessoas.
Mas o que tornou este terremoto um dos mais mortais da história?

Foi poderoso

Um terremoto de magnitude 7,8 é um terremoto muito poderoso, especialmente para um que teve seu epicentro em terra. Os terremotos mais poderosos ocorrem sob o oceano, longe da civilização humana. Terremotos no oceano podem ser mortais ao causar um tsunami, como foi evidenciado pelo tsunami de 2011 que atingiu o Japão após um terremoto de magnitude 9,0 que sacudiu o fundo do oceano a quase 45 milhas da costa, mas terremotos em terra podem ser igualmente devastadores.
Para comparação, o terremoto que causou mais prejuízos na história dos EUA (pela quantidade de danos causados) foi o terremoto de Northridge em 1994. Esse terremoto registrou uma magnitude de 6,7 na escala de Richter. Los Angeles foi muito afetada por esse evento, que matou pelo menos 57 pessoas e causou danos de até US$ 20 bilhões (R$ 102,93 bilhões).

Turquia não estava preparada

Embora, talvez devesse estar. A Turquia é uma das áreas sismicamente mais ativas do mundo, situada na Placa da Anatólia, entre duas grandes linhas de falha.
A superfície da Terra é dividida em várias partes que se encaixam como um quebra-cabeça cósmico. Essas peças estão sempre se esfregando umas contra outras, deslocando muito lentamente o chão que pisamos. Mas às vezes a tensão aumenta e uma ou ambas as placas escorregam, liberando uma quantidade incrível de energia na forma de um terremoto.
A maioria das cidades modernas, particularmente as situadas em linhas de falha significativas, tem regulamentos rígidos sobre construção, garantindo que os edifícios não desmoronem facilmente durante um terremoto. Na cidade de Istambul, na Turquia, a maioria dos arranha-céus foi projetada para resistir à maioria dos terremotos.
Mas esse não é o caso em Gaziantep, perto do epicentro do terremoto. Embora seja uma grande cidade e uma capital provincial, Gaziantep não é tão moderna quanto Istanbul e muitos de seus prédios de apartamentos altos não foram construídos com o mesmo padrão, o que acabou causando o colapso de vários edifícios altos. Em um vídeo postado nas redes sociais, um edifício pode ser visto colapsando, com os andares mais altos esmagando os andares abaixo.
O engenheiro estrutural do Serviço Geológico dos Estados Unidos Kishor Jaiswal disse à Associated Press que tais colapsos em "panqueca" são um sinal de que o prédio não poderia suportar os abalos do terremoto.

Guerra civil na Síria

A Síria também sofreu danos e baixas significativos com o terremoto. O vizinho do sul da Turquia teve pelo menos 1.444 mortes como resultado do terremoto, um número que, como o da Turquia, ainda deve aumentar.
A Síria está envolvida em uma guerra civil de anos. Não só os edifícios foram danificados pelos combates, como quando os sírios os reconstruíram isso foi feito rapidamente e sem muita supervisão. Isso, como em Gaziantep, resultou em construção que não considerava a preparação para terremotos.

Dificultando os esforços de resgate

Além de tudo isso, o clima não tem cooperado com as equipes de resgate. Quando o terremoto aconteceu já estava nevando em Gaziantep. Quando o sol nasceu, a área estava coberta.
Isso, combinado com a chuva gelada no final do dia, dificultou os esforços de resgate. As estradas, já danificadas pelo terremoto, agora estão cobertas de gelo e lama. As estradas que podem ser percorridas estão repletas de moradores tentando deixar as cidades atingidas pelo terremoto.
Mais grave ainda, a maioria das cidades atingidas pelo terremoto está sem energia, e vídeos foram postados nas redes sociais mostrando grandes incêndios nas regiões do sul do país, que se acredita serem causados por explosões nas linhas de gás.
Isso significa que o número de mortos provavelmente será maior do que seria se o terremoto ocorresse durante o verão ou um período quente. Sobreviventes presos nos escombros podem morrer congelados, e a falta de luz e eletricidade os torna ainda mais difíceis de encontrar.
Equipes de resgate sírias procuram por vítimas e sobreviventes debaixo dos escombros de um prédio colapsado após terremoto de magnitude de 7,7, em Aleppo, Síria, 6 de fevereiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 06.02.2023
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