Eleições 2022: Bolsonaro e PL pedem ao TSE anulação de votos em parte das urnas
16:19 22.11.2022 (atualizado: 04:57 23.11.2022)
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Nesta terça-feira (22), o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), e o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, enviaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de anulação de votos em parte das urnas utilizadas durante o segundo turno das eleições de 2022.
A representação apresentada cita supostas "desconformidades irreparáveis de mau funcionamento" nos modelos de urnas UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015, utilizadas nas eleições de 2022. O pedido foi anunciado durante uma coletiva de imprensa em Brasília.
O texto sugere que houve problemas em arquivos de "logs de urna". Somados, esses modelos apontados acumulam 352.125 urnas. Segundo o texto, apenas o modelo UE2020 teria gerado os arquivos corretos. O modelo mais recente tem 224.999 urnas — 40,82% do total.
A anulação dos votos nos modelos especificados pela representação daria a vitória a Bolsonaro.
O pedido enviado ao TSE é baseado em um laudo apresentado pela auditoria realizada pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL. A representação, que aponta suposto mau funcionamento das urnas, é assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa.
Moraes dá 24 horas para pedido incluir 1º turno
Após o pedido de Bolsonaro, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, cobrou que a representação inclua mais informações, sob risco de arquivamento. O pedido de Moraes aponta que as urnas eletrônicas apontadas na petição inicial também foram utilizadas no primeiro turno — fase não incluída na representação.
"Sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas", diz o despacho de Moraes.
Com isso, o pedido de anulação incluiria a eleição de deputados, senadores e governadores durante o primeiro turno das eleições.
Solenidade de posse dos ministros Alexandre de Moraes (na foto) e Ricardo Lewandowski nos cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 16 de agosto de 2022
© Foto / Isac Nóbrega / Palácio do Planalto
Derrota eleitoral e manifestações bolsonaristas
Em outubro, Bolsonaro foi derrotado nos dois turnos pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em sua tentativa de reeleição. O candidato petista teve 50,9% dos votos (cerca de 60,3 milhões de eleitores), enquanto Bolsonaro teve 49,1% (cerca de 58,2 milhões).
Manifestantes a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) e contra a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protestam na Praça Duque de Caxias, próximo à Estação Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro, em 2 de novembro de 2022
© Folhapress / Eduardo Anizelli
Desde o anúncio da derrota de Bolsonaro, apoiadores do presidente realizam protestos em todo o país a favor de um golpe militar contra o resultado das eleições. As manifestações chegaram a fechar rodovias em diversos estados. Após a desobstrução dos trechos, os grupos estão concentrados em frente a prédios militares. É o caso de capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
