Presidente da FIFA chama críticas à Copa do Mundo no Catar de 'hipocrisia' e diz: 'Não assista'

© AP Photo / Abbie ParrO presidente da FIFA, Gianni Infantino, fala em uma coletiva de imprensa em Doha, Catar, 19 de novembro de 2022
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, fala em uma coletiva de imprensa em Doha, Catar, 19 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 19.11.2022
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Infantino chamou a responsabilidade para si e disse que se alguém tem que ser criticado pela escolha do país, "que seja eu", entretanto, também afirmou aos que estão desgostosos que "não assistam [...] apesar da gente saber que as pessoas vão assistir escondidas".
Neste sábado (19), o presidente da FIFA, Gianni Infantino, durante entrevista coletiva, concedeu algumas declarações sobre a realização da Copa do Mundo no Catar, uma vez que muitos países têm criticado a nação escolhida para ser sede do evento e até alguns artistas se recusaram a cantar na abertura por Doha ter um histórico de não respeito aos direitos humanos.
Infantino classificou tais críticas como "hipocrisia" e "lição de moral" de uma parte do mundo que deveria se lembrar de sua própria história.
A certa altura, ele traçou uma equivalência entre o tratamento do Catar aos trabalhadores migrantes e outros grupos ameaçados, como gays e mulheres, com a longa história ocidental, segundo o The New York Times.
"Acho que pelo que nós, europeus, temos feito ao redor do mundo nos últimos 3.000 anos, devemos nos desculpar pelos próximos 3.000 anos, antes de começar a dar lições de moral", disse o presidente.
Ao mesmo tempo, Infantino trouxe a "culpa" da escolha do país sede do evento para si, durante o discurso.

"Quer criticar alguém, venha até mim. Critica-me. Aqui estou. Crucifique-me", disse ele levantando-se performativamente em seu assento e estendendo os braços. "Não critique o Catar, não critique os jogadores, não critique ninguém. Critiquem a FIFA, critiquem a mim, se quiserem. Porque eu sou responsável por tudo", afirmou.

Infantino também disse que quem não quiser, "não assista" aos jogos, mas enfatizou que as pessoas devem assistir "escondidas".
"Não assista [...] Pega bem para alguns dizer que não vão assistir, porque o Catar isso, porque a FIFA aquilo [...], mas a gente sabe que essas pessoas vão assistir, talvez escondidas. Porque nada é maior do que a Copa do Mundo. Para estas pessoas, as que vão ver escondidas, eu digo que vai ser a melhor Copa do Mundo da história", declarou o presidente citado pelo Globo Esporte.
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Tentando se aproximar das minorais, Infantino fez um discurso a favor da população que enfrenta dificuldades no Catar.

"Hoje estou com sentimentos muito fortes. Hoje me sinto catariano. Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador imigrante", disse o mandatário da FIFA.

A Copa do Mundo começa amanhã (20) com o jogo entre Catar e Equador, seguido por mais 63 jogos. Ontem (19), o país decidiu banir venda de cerveja em estádios, conforme noticiado.
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