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Europa está 'sugando gás' de países em desenvolvimento acentuando a crise de energia no mundo

© Sputnik / Press-service of Eugal / Acessar o banco de imagensImagem do gasoduto Eugal, na Alemanha, divulgada pela assessoria de imprensa da Eugal
Imagem do gasoduto Eugal, na Alemanha, divulgada pela assessoria de imprensa da Eugal - Sputnik Brasil, 1920, 08.11.2022
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Bruxelas está tentando desesperadamente conter as consequências da escassez de 150 milhões de metros cúbicos de gás russo por dia, enquanto a Europa continua presa a um impasse energético, com os preços do combustível azul sem mostrar sinais de queda.
A Europa, atingida pela crise de energia, "está sugando gás" de outros países, especialmente os em desenvolvimento e "a qualquer custo", disse o analista de energia do Credit Suisse Group AG, Saul Kavonic, a uma agência de notícias dos EUA.
De acordo com o analista, as preocupações com a segurança energética na Europa "estão levando mundo emergente à pobreza energética".
As declarações ocorrem no momento em que a Europa está tentando lidar com a diminuição do suprimento de combustível da Rússia, causada pelas rígidas sanções dos países ocidentais contra Moscou que foram impostas logo após o início da operação militar especial russa na Ucrânia no final de fevereiro. Para complicar a situação, a relutância da UE em pagar pelo gás russo em rublos — uma decisão baseada no comportamento hostil do Ocidente — acabou privando alguns países do combustível de maneira prematura.
A mídia norte-americana observou a esse respeito que os países europeus, atingidos pela escassez de gás, passaram a recorrer "ao mercado spot, onde a energia que não está comprometida com os compradores é disponibilizada para entrega em curto prazo".
Um manifestante segura um cartaz que diz Greve total — uma brincadeira com a gigante francesa de energia TotalEnergies — durante uma manifestação convocada pela coalizão de esquerda francesa NUPES (União Ecológica e Social do Novo Povo), em Paris, contra o aumento dos custos de vida e a inação climática, 16 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.10.2022
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De acordo com a agência, os preços crescentes da energia levaram alguns fornecedores do sul da Ásia a simplesmente cancelar "entregas programadas há muito tempo em favor de melhores rendimentos em outros lugares".
O analista da Wood Mackenzie, Raghav Mathur, afirmou que "os fornecedores não precisam se concentrar em garantir seu gás natural liquefeito [GNL] para mercados de baixa acessibilidade".
Segundo o analista, há países da UE, incluindo Alemanha, Itália, Finlândia e Países Baixos, que estão com pressa para concluir a construção de terminais flutuantes de importação para trazer mais combustível no futuro. A agência de notícias norte-americana revelou em uma pesquisa que a demanda europeia por gás natural deve aumentar em quase 60% até 2026.
O chefe da gigante de energia russa Gazprom, Alexey Miller, alertou ainda no mês passado que a introdução de um teto de preços para o gás russo na Europa seria uma violação dos termos contratuais e implicaria a rescisão de fornecimentos.
No dia 7 de outubro, o bloco europeu impôs seu oitavo pacote de sanções contra Moscou, que em particular estabelece uma estrutura para limitar o preço das exportações de petróleo russo a um nível coordenado pelo G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido). A medida deve entrar em vigor no dia 5 de dezembro para petróleo bruto e em 5 de fevereiro para derivados de petróleo.
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No final de setembro, os ministros de energia de 15 países da UE enviaram um apelo conjunto à Comissão Europeia para pedir a introdução de um teto de preços para todas as importações de gás para a UE, independentemente de sua origem, para conter o aumento de preços da energia.
Em paralelo a isso, a sabotagem dos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 (Corrente do Norte 1 e 2) que ocorreu no dia 26 de setembro — construídos para transportar um total anual de 110 bilhões de metros cúbicos de gás russo para a Europa — interrompeu as entregas de gás para a Alemanha, provocando um aumento no preço do gás e uma busca por fontes alternativas na União Europeia.
Desde 2021, os preços da energia nos países da UE têm subido como parte de uma tendência global. Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro e a adoção de sanções antirrussas pelo Ocidente, os preços da energia aceleraram a tendência de alta, colocando a segurança energética no topo das agendas global e nacional e pressionando muitos governos europeus a recorrer a medidas de contingência.
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