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Ex-primeiro-ministro australiano alerta contra 'bobagem estratégica' do Quad para 'cercar' a China

© AP Photo / MICK TSIKASO ex-primeiro-ministro australiano Paul Keating durante o lançamento de uma campanha em Sydney, 19 de junho de 2016
O ex-primeiro-ministro australiano Paul Keating durante o lançamento de uma campanha em Sydney, 19 de junho de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 12.10.2022
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O Quad foi lançado oficialmente em 2007, mas suspenso em 2008, depois que a Austrália se retirou do grupo liderado pelos EUA devido a preocupações expressas pela China. Revivido em 2017, um ano depois da Estratégia do Indo-Pacífico dos EUA, Pequim rotulou o Quad de "OTAN asiática", acusando Washington de incitar tensões na região.
O ex-primeiro-ministro australiano Paul Keating criticou o grupo Quad, liderado pelos EUA, como "ilegítimo" e uma "bobagem estratégica", ao aconselhar Camberra a não fazer parte dos esforços liderados pelos EUA para "cercar" a China.
O Quad, que inclui Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos, diz que seu objetivo oficial é manter uma "região do Indo-Pacífico livre e aberta".
"Não deveríamos juntar EUA, Japão, Índia e Austrália para tentar conter a China", disse Keating, um colega de partido do primeiro-ministro Anthony Albanese, nesta quarta-feira (12).
Keating argumentou que as "ambições de Pequim estão no Oeste, não no Leste", ao sublinhar as incursões feitas pela Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês) em regiões fora da Ásia. "Em todos os lugares entre Wuhan e Istambul, nos próximos 30 anos, haverá uma enorme influência chinesa."
Keating destacou que a BRI já financiou projetos de infraestrutura nos Estados Bálticos, bem como em países ex-soviéticos.
A iniciativa BRI de vários trilhões de dólares foi lançada pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013 e se esforça para conectar o leste da Ásia com a Europa, e além dela, por meio de projetos de conectividade e infraestrutura. Em março de 2022, um total de 147 países na Ásia, África, Europa, América do Sul e América do Norte eram membros da iniciativa global apoiada por Pequim.
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Keating também calculou que a era da "supremacia" dos EUA como potência global preeminente já passou.
"Essa ideia de que os EUA são uma potência excepcional [...] que eles têm o ouvido de Deus e o proselitismo da democracia era boa no século XX. O século XX foi propriedade dos EUA. O século XXI pertence a outros", afirmou Keating.
Ele também expressou dúvidas se os EUA ajudariam Taiwan caso Pequim prosseguisse com a reunificação da ilha com o continente por meios militares.
Pequim dobrou seu compromisso de "reunificar" Taiwan com o continente após a visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé em agosto. O presidente chinês, Xi Jinping, disse que a reunificação de Taiwan faz parte do objetivo da China de alcançar o "rejuvenescimento nacional".
"A China veria todos os navios anfíbios vindos para os Estados Unidos, seja San Diego ou Honolulu. Eles os veriam e os afundariam", afirmou o ex-primeiro-ministro australiano, sugerindo que as chances de uma "vitória" norte-americana em tal cenário seriam "nulas".
Keating aconselhou o governo australiano a não se envolver no "conflito geopolítico" em torno de Taiwan. E afirmou que "não deveríamos estar mais interessados no sistema político de Taiwan do que no Vietnã e no Cazaquistão", argumentou.
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