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The Economist: ganhando ou perdendo, Bolsonaro é uma ameaça à democracia brasileira

© AP Photo / Eraldo PeresO presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, à esquerda, e o empresário Luciano Hang
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, à esquerda, e o empresário Luciano Hang - Sputnik Brasil, 1920, 09.09.2022
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Em artigo intitulado "O homem que queria ser Trump", revista alerta que Jair Bolsonaro acreditará em eleições limpas apenas em caso de sua vitória.
Referência entre liberais ao redor do mundo, a revista The Economist publicou um artigo nesta quinta-feira (8) sobre o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL). Intitulado "O homem que queria ser Trump", a revista alerta que, ganhando ou perdendo as eleições presidenciais, Bolsonaro representa uma ameaça à democracia brasileira.
A publicação destaca que "todos os sinais apontam que Bolsonaro vai perder as eleições, mas ele diz que já venceu".
"Joe biden estava falando sobre os Estados Unidos quando alertou, em 1º de setembro, que 'a democracia não pode sobreviver quando um lado acredita que há apenas dois resultados em uma eleição: ou vencem ou foram enganados'. Ele poderia muito bem estar falando sobre o Brasil", diz o artigo.
O texto ressalta que Bolsonaro diz que "aceitará o resultado das eleições se ele for limpo e transparente, o que será, já que o país conta com um sistema de votação eletrônica bem administrado e muito difícil de ser adulterado". O problema, segundo o artigo, é que Bolsonaro segue dizendo que as pesquisas estão erradas, e que ele vai ganhar o pleito.
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De acordo com o artigo, Bolsonaro faz uso de uma cartilha para imitar o ex-presidente americano, emulando todas as suas ações, como semear divisões em um jogo do bem contra o mau e descartar notícias como falsas. O próximo passo será não aceitar o resultado das eleições. "Bolsonaro foi um dos últimos líderes a aceitar a vitória de Biden", diz o artigo.
O texto vai ao encontro de análises feitas por cientistas políticos no Brasil e em outros países. Em julho, uma comitiva de entidades civis viajou a Washington para debater com autoridades americanas o que consideram como risco de golpe nas eleições deste ano.
No mesmo mês, Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil, afirmou que Bolsonaro parece estar preparando o caminho para questionar as eleições.
"Primeiro, que Trump fracassou porque dependia de uma multidão pouco disciplinada e não tinha apoio institucional — de lideranças partidárias, tribunais, Forças Armadas. Bolsonaro e sua equipe avaliaram que, na hipótese de tentar algo parecido, precisariam de apoio institucional", disse o diplomata.
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O artigo da Economist foi publicado um dia após o bicentenário de independência do Brasil, criticado por presidenciáveis e analistas como um sequestro da festa cívico-militar por parte da campanha do presidente. O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para apurar os gastos e o uso político partidário do evento.
Também nesta quinta-feira, Bolsonaro questionou se as eleições seriam limpas, caso resultassem na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Alguém acha que o Lula vai ganhar eleição? Alguns aqui, o Datafolha, por exemplo, 'pode ganhar no primeiro turno'. Alguém acredita que numa eleição limpa o Lula ganha?", disse Bolsonaro em sua live no YouTube.
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