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Muitos países orientais desejam fazer parte do BRICS, diz presidente de fórum do grupo

© AP Photo / Pavel GolovkinOs líderes do BRICS, em 14 de novembro de 2019.
Os líderes do BRICS, em 14 de novembro de 2019.  - Sputnik Brasil, 1920, 08.09.2022
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Logo após a introdução das sanções contra a Rússia, o mundo ocidental achou que os países orientais, incluindo a Índia, a China e os Emirados Árabes Unidos, cortariam seus laços com a Rússia.
No entanto, Nova Deli, Pequim e outros se recusaram a aderir ao regime de sanções e até aumentaram suas trocas comerciais com Moscou, apesar da pressão ocidental.
Enquanto isso, outros países também manifestaram o desejo de ingressar no BRICS, grupo que engloba o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O Sputnik conversou com Purnima Anand, presidente do Fórum Internacional do BRICS e da Federação Internacional de Clubes da Juventude Indo-Russa (IFIRYC, sigla em inglês), para discutir em detalhes como outros países estão se voltando para as economias orientais, especialmente depois das sanções impostas à Rússia.
De acordo com Purnima Anand, durante sua visita ao Fórum Econômico de São Petersburgo, que ocorreu no mês de junho, foram discutidas questões relevantes para a aproximação dos países do BRICS, especialmente tendo em conta a situação atual. No início deste ano, quando a China sediou o BRICS, muitos países como a Argentina, Turquia, e Irã mostraram seu interesse em serem membros do grupo.
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"Isso mostra a mudança de poder do Ocidente para o Oriente. Mesmo no Fórum Econômico do Oriente [em Vladivostok], muitos países da região estão participando e demonstrando interesse na Rússia e nos BRICS", disse ela.

De acordo com Anand, Vladivostok é uma região crucial para fins de transporte e está conectada com muitos países como a China, Japão, Coreia do Sul e Malásia.
A cidade, situada na parte oriental da Rússia, está bem conectada por via ferroviária e aérea com Moscou e outras partes da Sibéria.
Durante sua entrevista à Sputnik, Purnima Anand nos disse que "este é o momento perfeito para que os países do BRICS possam criar plataformas (não ocidentais) para novas rotas aéreas comerciais, cooperação econômica e cooperação cambial."
Como presidente da Federação Internacional dos Clubes da Juventude Indo-Russa (IFIRYC, sigla em inglês), Anand sublinha que têm sido discutidas as questões morais que os jovens indianos enfrentam hoje, acrescentando que "a Índia e a Rússia são grandes nações que enfrentam múltiplos desafios — econômicos, culturais, de estilo de vida e pressão digital, especialmente do Ocidente."
De acordo com ela, para mitigar alguns desses problemas sociais "foram criados centros de treinamento para os jovens [indianos] em diferentes centros russos de ciência e cultura em Nova Deli, Mumbai e Calcutá". Além da interação com especialistas, também foram implementadas outras facilidades como meditação e sessões de yoga. Além disso, foram criados programas de intercâmbio estudantil com universidades russas com foco na aprendizagem espiritual, dedicado a jovens indianos.
"As pessoas na Índia sabem como o sistema educacional da Rússia é bom, e eles ainda enviam seus filhos para a Rússia para cursar o ensino superior. Na verdade, conheci muitos estudantes indianos indo para a Rússia para estudos superiores, o que mostra a confiança deles nas universidades russas e no seu sistema educacional", acrescenta.
Desde que a operação militar especial da Rússia começou na Ucrânia e as sanções dos países ocidentais foram impostas, Purnima Anand já viajou para a Rússia duas vezes e afirma que a situação no país é bastante diferente da relatada pela mídia ocidental.

"Inicialmente, a mídia indiana não tinha conhecimento da situação real e se empolgou com muitas notícias falsas, como a da Rússia querendo ocupar a Ucrânia e muitas outras. Muitas organizações de mídia não exploraram a verdadeira razão por trás da operação militar. Isso criou um ambiente negativo na Índia. Mas, aos poucos, a mídia mudou de opinião, especialmente depois de visitar a Ucrânia e sua fronteira. Agora, eles entendem a necessidade de a Rússia iniciar esta operação militar, e muitos estão tomando uma posição neutra."

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