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Relatório encomendado pelo Pentágono recomenda que EUA armem Japão contra China

© AP Photo / Eugene HoshikoTreinamento militar entre as Marinhas japonesa e norte-americana foi realizado no Japão, no dia 15 de março de 2022
Treinamento militar entre as Marinhas japonesa e norte-americana foi realizado no Japão, no dia 15 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 04.05.2022
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Sem aliados dispostos a hospedar mísseis norte-americanos no Pacífico, Washington deveria encorajar o rearmamento do Japão, recomenda novo relatório.
Nenhum dos aliados dos EUA no Pacífico está atualmente disposto a hospedar mísseis de alcance intermediário, de acordo com um novo relatório da corporação RAND, um think tank encarregado de desenvolver estratégias para o Pentágono, que aconselha Washington a encorajar o Japão a desenvolver seu próprio arsenal de mísseis para ameaçar os navios chineses.
Poucos dias depois da saída dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) em agosto de 2019, o Pentágono revelou que estava trabalhando em mísseis anteriormente proibidos e desejando hospedá-los em algum lugar na orla do Pacífico. Como destaca o analista da RAND, Jeffrey W. Hornung, a tarefa não é tão fácil quanto parece.
Segundo o relatório da RAND, divulgado na última segunda-feira (2), Hornung argumenta que "a provável receptividade para hospedar esses sistemas é muito baixa enquanto as condições políticas domésticas atuais e as tendências de segurança regional se mantiverem", apontando especificamente para Tailândia, Austrália, Coreia do Sul, Filipinas e Japão.
Enquanto a Tailândia tiver um "governo apoiado por militares" que "mostre uma propensão a buscar laços mais estreitos com a China", os EUA não gostariam de basear mísseis lá e, provavelmente, os tailandeses não aceitariam a oferta, disse Hornung.
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As Filipinas também são "extremamente improváveis" de aceitar mísseis dos EUA. Embora "o público e as elites filipinas geralmente apoiem os Estados Unidos e a aliança, o presidente Rodrigo Duterte adotou políticas que afetam negativamente seus laços", escreveu Hornung.
De acordo com o relatório, o governo da Coreia do Sul também tem laços com a China e é suscetível à pressão de Pequim. Com isto, seria "altamente improvável" Seul consentir em hospedar mísseis dos EUA em meio a "uma deterioração geral das relações" entre ambos.
Embora a Austrália pareça um bom candidato, especialmente após o pacto AUKUS de 2021 e outros desenvolvimentos, Canberra é conhecida pela "relutância histórica em hospedar bases estrangeiras permanentes". A Austrália também está muito longe da China para que os sistemas de mísseis de alcance intermediário baseados em terra (GBIRM na sigla em inglês) sejam eficazes.
Mesmo o Japão, que está disposto a "reforçar suas próprias capacidades de defesa frente à China", está relutante em aceitar qualquer aumento na presença militar dos EUA ou "implantar armas de natureza explicitamente ofensiva", observa o relatório.
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Para o autor do relatório, qualquer estratégia dos EUA que dependa de um aliado que hospede permanentemente os GBIRM "enfrentaria sérios riscos de fracasso devido à incapacidade de encontrar um parceiro disposto a tal".
Em vez disso, Hornung argumenta que os EUA devem "ajudar o Japão em seus esforços para desenvolver e implantar um arsenal de capacidades de mísseis antinavio baseados em terra", o que poderia levar Tóquio a estar disposta a implantar mísseis de cruzeiro antinavio com alcances mais longos.
"Embora esses mísseis ainda não fossem capazes de ataques profundos na China, se fossem implantados nas ilhas do sudoeste do Japão ou mesmo em Kyushu, eles seriam capazes de cobrir movimentos de navios no estreito de Taiwan, no mar da China Oriental e parte da costa leste da China, estendendo assim o alcance em que os ativos chineses poderiam ser mantidos em risco de planejamento de guerra e potencialmente contribuindo para uma missão de interdição marítima no estreito de Taiwan", conclui o relatório.
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