Governo dos EUA anuncia cancelamento de testes com mísseis antissatélite

CC BY 2.0 / Flickr.com / Centro de Voo Espacial Goddard / Satélite dos EUA sobrevoando a Terra (foto de arquivo)
Satélite dos EUA sobrevoando a Terra (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 19.04.2022
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A declaração foi feita pela vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, durante visita à Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia.
O anúncio do banimento de testes com mísseis antissatélite (ASAT) por parte dos EUA aconteceu nesta segunda-feira (18) durante discurso da vice-presidente norte-americana em visita à Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia. Kamala Harris é também a líder do Conselho Espacial Nacional.
O posicionamento dos EUA é inédito e vai de encontro às propostas do governo Joe Biden de promover o uso responsável do espaço. De acordo com reportagem da Reuters, Harris vai cobrar que outras nações, especialmente China e Rússia, sigam o mesmo caminho.

"Este compromisso aborda uma das ameaças mais urgentes à segurança e sustentabilidade do espaço, como demonstrado pelo teste destrutivo de míssil ASAT de ascensão direta da Rússia em novembro de 2021. A República Popular da China realizou um teste semelhante em 2007", informou a Casa Branca em um comunicado.

Desde a década de 1960, Estados Unidos, China, Índia e Rússia realizaram mais de uma dúzia de testes antissatélite que criaram mais de 6.300 detritos orbitais, de acordo com a Secure World Foundation, um grupo não governamental que defende o uso sustentável e pacífico do espaço sideral.
Ao menos 4.300 pedaços desses lixos espaciais ainda estão em órbita atualmente e representam ameaças de longo prazo para voos espaciais tripulados, missões científicas e de segurança nacional, a segurança dos astronautas em estações espaciais e o futuro desenvolvimento econômico do espaço, de acordo com a fundação.
Lançamento de míssil balístico do complexo tático-operacional Iskander-M no polígono Kapustin Yar, na região russa de Astrakhan (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 01.05.2021
Armas avançadas da Rússia e China são capazes de 'destruir satélites dos EUA', adverte general
O último teste envolvendo este tipo de míssil aconteceu em novembro de 2021, quando a Rússia destruiu um satélite espião soviético desativado, gerando, segundo dados da Força Espacial dos EUA, 1.632 detritos espaciais. À época, a decisão foi criticada por Washington e o secretário de Defesa, Anthony Blinken, chegou a classificar o episódio como "imprudente e irresponsável".
Os EUA realizaram dois testes semelhantes quando derrubaram em 1985 com um míssil ASM-135 ASAT, transportado a bordo de um caça F-15, seu satélite científico Solwind, a 555 quilômetros de altura. Em 2008 o mesmo aconteceu com o satélite militar USA-193, que foi destruído por um míssil terra-ar SM-3 a 247 quilômetros de altura.

"Conflito ou confronto no espaço sideral não é inevitável, e os Estados Unidos procuram garantir que o espaço sideral permaneça livre de conflitos", diz o comunicado da Casa Branca.

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