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Europa pode 'pagar preço alto' por encorajar Kiev a não cumprir os acordos de Minsk, dizem analistas

© REUTERS / Gleb GaranichSoldado segura sistema de mísseis Javelin durante exercício militar em centro de treinamento das Forças Terrestres Ucranianas perto de Rivne, Ucrânia, 26 de maio de 2021
Soldado segura sistema de mísseis Javelin durante exercício militar em centro de treinamento das Forças Terrestres Ucranianas perto de Rivne, Ucrânia, 26 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 11.02.2022
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Nesta terça-feira (8), durante a sua visita à Ucrânia, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que o país está disposto a cumprir os acordos de Minsk.
No entanto, Kiev voltou à estaca zero se recusando a manter diálogo direto com as repúblicas de Lugansk e Donetsk, que é a principal disposição dos acordos apoiados pelo Conselho de Segurança da ONU.
Quem está encorajando o aventureirismo político de Kiev e fazendo com que o conflito no sudeste da Ucrânia continue inflamado?
"Fornecimento de suprimentos militares e instrutores militares, apoio 'moral’ e político e belicosidade geral – todas essas ações do Ocidente estão encorajando Kiev a pensar que pode continuar ameaçando e confrontando as repúblicas no leste [do país] e a Rússia", disse Nick Griffin, político britânico e membro do Parlamento Europeu de 2009 a 2014.
"As potências ocidentais não querem ver Kiev implementando [acordos de] Minsk – eles querem ver ucranianos e russos matando uns aos outros", acrescentou.
Na quarta-feira (9), o chanceler ucraniano Dmitry Kuleba declarou que Kiev não vai se envolver em conversações diretas com as repúblicas autoproclamadas de Lugansk e Donetsk, o que constitui uma das principais disposições dos acordos de Minsk.
A hipocrisia dos países ocidentais é amplificada pelo fato de que eles assinaram ou aprovaram formalmente os acordos de Minsk, segundo Dan Kovalik, professor assistente de direito na Universidade de Pittsburgh. O professor explica que, uma vez que os acordos foram aprovados pelo Conselho de Segurança da ONU, eles são direito internacional.
Enquanto a Alemanha e a França aprovaram os acordos sendo integrantes das negociações no formato da Normandia junto com a Rússia e Ucrânia, os EUA e o Reino Unido endossaram o acordo sendo membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, aponta acadêmico.
"O governo em Kiev foi em parte uma criação dos EUA, que apoiaram o golpe em 2014, que deu origem a esse governo", explicou Kovalik. "Kiev fará quase tudo o que os EUA quiserem", disse.
Soldados ucranianos  - Sputnik Brasil, 1920, 10.02.2022
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Ucrânia não vai cumprir acordos de Minsk 'sob condições da Rússia', diz chanceler ucraniano
Uma das disposições dos acordos de Minsk estipula a retirada das formações armadas, equipamento militar e mercenários estrangeiros do território do sudeste da Ucrânia. Contudo, há cerca de 10.000 especialistas militares estrangeiros permanentemente situados na Ucrânia, e 4.000 deles são dos EUA, segundo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
"Se os acordos de Minsk não forem implementados pela Ucrânia, francamente, isso deixa a crise ucraniana aberta; a solução militar permanece na mesa", opina Alexander Clackson, fundador de Global Political Insight, um think tank no Reino Unido.
"Isso teria obviamente consequências negativas não só para a Ucrânia, mas também para a Europa, pois seria um conflito quente no território da Europa [...] Por esta razão, é importante que os países ocidentais, incluindo Reino Unido e EUA, tentem convencer a Ucrânia a assinar os acordos, especialmente focando no fato de que os acordos já foram basicamente assinados em 2014 e 2015 e são uma questão de apenas implementá-los agora", ressaltou Clackson.
O conflito ucraniano começou no início de 2014, após a proclamação da independência pelas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no leste do país. Em seguida, Kiev lançou uma operação militar para parar as forças independentistas após um golpe de Estado, em fevereiro desse ano, apoiado pelo Ocidente.
A guerra em Donbass levou à morte de até 13.000 pessoas, dezenas de milhares de feridos e mais de 2,5 milhões de deslocados dentro ou fora da Ucrânia.
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