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Dois diplomatas russos declarados personae non gratae, diz ministra das Relações Exteriores alemã

© AP Photo / Hannibal Hanschke / Pool ReutersA ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, faz uma declaração em Berlim, Alemanha, quarta-feira, 15 de 2021
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, faz uma declaração em Berlim, Alemanha, quarta-feira, 15 de 2021  - Sputnik Brasil, 1920, 15.12.2021
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A Alemanha expulsou dois diplomatas russos após assassinato de um ex-comandante checheno em um parque de Berlim, que as autoridades acreditam ter sido ordenado pela Rússia, disse a ministra Annalena Baerbock, nesta quarta-feira (15).
A Alemanha expulsou dois diplomatas russos na quarta-feira (15), depois que um tribunal de Berlim prendeu um homem por matar um ex-comandante checheno em solo alemão, em 2019, supostamente por ordem de Moscou, aumentando uma divisão diplomática crescente.
Os juízes em Berlim condenaram o russo Vadim Krasikov, também conhecido como Vadim Sokolov, à prisão perpétua depois de considerá-lo culpado de atirar em Tornike Kavtarashvili, 40, em um parque de Berlim em plena luz do dia em 23 de agosto de 2019.
"As autoridades estatais russas ordenaram que o acusado liquidasse a vítima", disse o juiz presidente da corte Olaf Arnoldi, concordando com os promotores que o assassinato foi cuidadosamente planejado.
O assassinato foi concebido "como retaliação" por ser um oponente do Kremlin, acrescentou o juiz.
Moscou reagiu imediatamente, chamando de decisão "política" contra um pano de fundo de um "sentimento antirrusso geral".
"Consideramos este veredicto uma decisão tendenciosa e politicamente motivada que agrava seriamente as já difíceis relações russo-alemãs", disse o embaixador da Rússia na Alemanha, Sergei Nechaev, em um comunicado.
A decisão é o primeiro grande teste de estresse para o novo governo da Alemanha, que prometeu uma postura mais dura em relação à Rússia, e vem em meio a um crescente alarme no Ocidente sobre os movimentos de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.
A nova ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse que convocou o embaixador de Moscou para informá-lo que a Alemanha estava expulsando dois diplomatas russos em resposta à decisão do tribunal.
"Este assassinato por ordem do Estado, conforme determinado pelo tribunal hoje, constitui uma séria violação da lei e da soberania alemãs", disse Baerbock a repórteres.
Pouco depois do assassinato no Parque Kleiner Tiergarten, em Berlim, a Alemanha, sob o comando da então chanceler Angela Merkel, expulsou dois diplomatas russos em protesto contra a percepção de falta de cooperação de Moscou com a investigação.
A Rússia negou qualquer ligação com o assassinato e respondeu na mesma moeda.

Sobre o caso

Krasikov é acusado de atirar na cabeça da vítima, depois dela ter caído no chão, matando-o na hora, antes de voltar para a bicicleta e fugir.
Mais tarde, os mergulhadores da polícia recuperaram a arma, uma peruca e uma bicicleta do rio Spree, nas proximidades.
Pedindo que Krasikov fosse condenado à prisão perpétua, conforme resumiram seu caso na semana passada, os promotores disseram que o identificaram como um "comandante de uma unidade especial dos serviços secretos russos", o Serviço Federal de Segurança da Rússia.
"Ele liquidou um oponente político", disse o promotor Lars Malkies ao tribunal.
Em uma audiência anterior, o réu disse ao tribunal por meio de seu advogado, Robert Unger, que ele deveria ser identificado apenas como Vadim Sokolov, que é "russo, solteiro e engenheiro de construção".
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Ele negou ser conhecido como Krasikov, dizendo "não conheço ninguém com esse nome".
Os promotores dizem que o réu viajou como turista nos dias anteriores ao assassinato, chegando em 17 de agosto a Paris, onde visitou pontos turísticos antes de viajar para Varsóvia.
Fotos de seu disfarce de turista foram encontradas em um telefone celular no hotel polonês onde ele se hospedou antes de partir para Berlim, em 22 de agosto.
O julgamento ocorreu durante um período de laços particularmente difíceis entre Berlim e Moscou em uma série de casos de espionagem, bem como o envenenamento e prisão do crítico do Kremlin, Alexei Navalny.
A Rússia nega todas as acusações.
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Momento delicado

O veredicto também vem no momento em que a Rússia é acusada pelo Ocidente de planejar uma invasão à Ucrânia e reunir dezenas de milhares de soldados perto da fronteira de seu vizinho.
O novo governo da Alemanha assumiu um tom severo com Moscou, alertando que não aprovará o polêmico gasoduto Nord Stream 2 da Rússia, no caso de qualquer nova "escalada" com a Ucrânia.
O chanceler Olaf Scholz emitiu um novo alerta na quarta-feira (15), dizendo que a Rússia pagaria "um alto preço" se invadisse seu vizinho.
O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu a vítima do Tiergarten como um "lutador, muito cruel e sangrento" que se juntou a separatistas contra as forças russas no Cáucaso e também esteve envolvido em ataques a bomba no metrô de Moscou.
Moscou também disse que estava buscando sua extradição.
De acordo com a mídia alemã, a vítima sobreviveu a duas tentativas de assassinato na Geórgia antes de buscar asilo na Alemanha, onde morava há vários anos.
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