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Reino Unido acusa França de inércia diante da chegada de 23.000 migrantes, segundo mídia

© AP Photo / Alastair GrantNavio de patrulha da Força de Fronteira Britânica intercepta barco de migrantes na costa de Dungeness, Inglaterra, Reino Unido, 16 de setembro de 2021
Navio de patrulha da Força de Fronteira Britânica intercepta barco de migrantes na costa de Dungeness, Inglaterra, Reino Unido, 16 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 16.11.2021
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O Reino Unido enfrenta uma onda de imigração muito maior que nos últimos anos, e tem pagado dinheiro à França para capturar os migrantes na costa francesa.
Desde o início de 2021, mais de 23.000 migrantes tentaram cruzar o canal da Mancha em direção ao Reino Unido a partir da França, incluindo um recorde de 1.185 só na quinta-feira, 12, escreveu a emissora BBC.
Segundo a mídia, uma fonte das autoridades britânicas acusou a França de perder controle sobre a situação, e o país pretende parar as travessias por barco. Menos de 300 pessoas cruzaram o canal da Mancha em 2018, cerca de 2.000 pessoas em 2019, enquanto em 2020 o número já atingiu cerca de 8.400.

"O público britânico está cansado de ver pessoas morrendo no canal enquanto gangues criminosos implacáveis lucram com sua miséria. O nosso Novo Plano para Imigração corrigirá o sistema deteriorado, que encoraja os migrantes a fazer esta jornada letal", disse porta-voz do Ministério do Interior britânico.

O Reino Unido tem pagado 54 milhões de libras esterlinas (R$ 395,42 milhões) anualmente à França para patrulhar a costa francesa, mas acusa Paris de não realizar a tarefa com muito zelo. As forças francesas teriam capturado apenas 99 migrantes na quinta-feira (12) em sete barcos, uma taxa de sucesso de 8%. O governo da França, por sua vez, acusa Londres de não entregar realmente o dinheiro para esse fim.
Segundo a BBC, o clima calmo e ameno em novembro tem levado a mais tentativas de chegar ao Reino Unido, apesar de os números normalmente serem inferiores na época do inverno europeu.
O programa do governo britânico mencionado pelo Ministério do Interior, por sua vez, dificultará os pedidos de asilo por aqueles que chegarem através de barco, apesar da oposição que tal plano deverá enfrentar nos tribunais e entre grupos de refugiados. Organizações de direitos humanos afirmam que os migrantes fugindo da guerra e do terror não têm como escolher a forma de chegar à segurança.
© AP Photo / Matt DunhamMigrantes que cruzaram o canal da Mancha desde a França desembarcam após serem acompanhados por embarcação de resgate britânica em Dover, Inglaterra, Reino Unido, 10 de setembro de 2021
Migrantes que cruzaram o canal da Mancha desde a França desembarcam após serem acompanhados por embarcação de resgate britânica em Dover, Inglaterra, Reino Unido, 10 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 16.11.2021
Migrantes que cruzaram o canal da Mancha desde a França desembarcam após serem acompanhados por embarcação de resgate britânica em Dover, Inglaterra, Reino Unido, 10 de setembro de 2021
Apesar de a maior parte dos que pedem asilo, após chegarem de barco, ser aceita pelo Ministério do Interior do Reino Unido, suas condições de acolhimento em Dover, na costa do país, têm sido criticadas por sua precariedade. Como exemplo disso é dada a existência de apenas dois banheiros portáteis e os migrantes dormirem em solo de concreto.
Na terça-feira (16) a polícia francesa evacuou 1.500 migrantes de um acampamento improvisado perto de Dunkirk, norte da França. No mesmo dia, Gerald Darmanin e Priti Patel, ministros do Interior da França e Reino Unido, respetivamente, concordaram em reforçar as ações contra o tráfico de migrantes.
O recorde anterior de travessias do canal da Mancha no sentido do país britânico foi de 853 em 3 de novembro.

Comparação com fronteira polonesa-belarussa

A maior parte das atenções na mídia europeia tem estado voltada para a crise migratória na fronteira com Belarus, que agora está concentrada na fronteira da Polônia. Milhares de pessoas, principalmente curdos, incluindo muitas mulheres e crianças, procuram atravessar a fronteira rumo à União Europeia (UE), tendo principalmente a Alemanha como destino.
No entanto, a Polônia declarou que defenderá sua soberania, e destacou um grande número de policiais e militares para impedir que sua fronteira seja violada. Varsóvia e Bruxelas culpam Minsk e Moscou por alegadamente organizarem a crise migratória, enquanto Belarus diz que a Polônia impede que pessoas desesperadas se alimentem e obtenham segurança em meio ao frio do inverno europeu.
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, comentou que não entende por que a UE não faz com a Belarus um acordo semelhante ao que realizou com a Turquia em 2016, por meio do qual Bruxelas paga a Istambul para manter os migrantes do Oriente Médio em seu país.
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