'Nós não vamos fazê-lo, mas podemos atacar', diz MRE russo a respeito de provocações no mar Negro

© REUTERS / Sergei SmolentsevDestróier HMS Defender, Type 45, da Marinha Real britânica chega ao porto do mar Negro de Odessa, Ucrânia, em 18 de junho de 2021
Destróier HMS Defender, Type 45, da Marinha Real britânica chega ao porto do mar Negro de Odessa, Ucrânia, em 18 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 06.07.2021
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Moscou alerta que Londres e outros atores devem desistir de criar provocações no mar Negro e "não se meter" violando as fronteiras da Rússia. É melhor deixar a região em paz, disse na terça-feira (6) o vice-chanceler russo Sergei Ryabkov.

Comentando o incidente com o destróier britânico HMS Defender, Ryabkov notou que Londres e Washington "tentam satisfazer" todos os desejos de Kiev mesmo em situações que podem levar a um conflito.

"O alto potencial de conflito deste tema é compreensível para todos", disse ele em entrevista à revista Mezhdunarodnaya Zhizn. "Perante uma disposição tão óbvia, quando se trata de violação da fronteira nacional sob pretexto de que esse território não pertence à Federação da Rússia, como afirmam Washington e Londres, isso significa simplesmente que as pessoas que se ocupam de tais ações são provocadores", ressaltou.

O vice-chanceler acentuou que deve se falar com eles o mais direto possível, aconselhando a deixar de fora suas provocações.

"Simplesmente não se meterem, uma vez que vão levar um soco no nariz. E em resultado disso os riscos de conflitos podem aumentar ainda mais. O mar Negro não é um lugar onde tais jogos são admissíveis", anunciou.

Além disso, o diplomata sublinhou que Moscou está pronta "para rechaçar qualquer aventureiro".

"Mas avisamos: é melhor deixar o mar Negro pacífico e não fomentar os sentimentos revanchistas que dominam a maior parte da cúpula de Kiev", resumiu o vice-chanceler.

Adicionalmente, Ryabkov alertou que Moscou pode atacar os violadores da fronteira russa no mar Negro, mas não vai fazer isso. Esse sinal do presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve ser percebido por Londres, tal como toda a gravidade do incidente com o destróier Defender.

"Nós não vamos fazê-lo, mas podemos atacar", declarou.

"A questão é séria, a utilização da força contra um intruso na fronteira nacional é sempre uma questão de decisão política, e o que foi dito durante a Linha Direta do presidente [russo] sinalizou a extrema gravidade desse caso. Acho que em Londres se focaram nesse sinal e não em outras avaliações e considerações que foram expressas a nível de trabalho anteriormente", explicou o vice-presidente.

Incidente com destróier britânico

Em 23 de junho, o Ministério da Defesa da Rússia relatou que o destróier britânico Defender atravessou a fronteira russa perto do cabo Fiolent, na Crimeia. Um navio da guarda fronteiriça russa emitiu vários avisos e depois disparou tiros de advertência, enquanto um avião Su-24M realizou um bombardeio de advertência no sentido do percurso do navio.

Conforme afirmam o Ministério da Defesa do Reino Unido e a chancelaria do país, não houve tiros e o Defender estava em águas territoriais da Ucrânia. De acordo com o Ministério da Defesa britânico, a Rússia avisou a "comunidade marítima" sobre a realização de seus exercícios navais. No entanto, um jornalista a bordo do destróier confirmou que a violação de fronteira foi uma ação deliberada com intenção de "enviar um sinal à Rússia".

Durante a Linha Direta com Vladimir Putin na quarta-feira (30), o presidente da Rússia disse que se tratou de uma provocação, pouco depois da cúpula Rússia-EUA, com o objetivo de mostrar o desrespeito do Ocidente pela escolha dos habitantes da Crimeia. Além disso, observou, um avião de reconhecimento dos EUA tentou registrar a resposta dos militares russos.

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