Pesquisadores descobriram um raro fóssil de 480 milhões de anos que seria o elo perdido entre as estrelas-do-mar modernas e suas ancestrais. Os resultados foram publicados na revista científica Biology Letters.
"As estrelas-do-mar são um dos animais mais reconhecidos em nosso planeta […]. Elas podem parecer criaturas simples, mas a forma como a biologia distinta desses animais evoluiu era, até recentemente, desconhecida […]. [Nosso estudo] lança luz sobre como a estrela-do-mar desenvolveu sua forma distinta", escreve no portal The Conversation Aaron W. Hunter, principal autor do estudo.
O fóssil, denominado Cantabrigiaster fezouataensis, foi encontrado no Marrocos e estava muito bem preservado. O fóssil captura os primeiros passos evolutivos do animal em um momento da história da Terra quando a vida se expandiu repentinamente, um período conhecido como Grande Evento de Biodiversificação do Ordoviciano.
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— Aaron W. Hunter (@AFossilHunter) January 20, 2021
Além de entusiasmado de anunciar que nosso artigo sobre as origens da estrela-do-mar está finalmente no ar!!!
A nova espécie é incomum porque não tem muitas das características principais de seus parentes contemporâneos, faltando cerca de 60% do desenho corporal de uma estrela-do-mar moderna. As características do fóssil são, em vez disso, um híbrido entre as de uma estrela-do-mar e um lírio-do-mar. C. fezouataensis tem um desenho intrincado, com braços emplumados semelhantes a um rendilhado.
"Encontrar esse elo que faltava para os ancestrais é incrivelmente emocionante. Se você voltasse no tempo e colocasse a cabeça no fundo do mar no Ordoviciano, não reconheceria nenhum dos organismos marinhos, exceto a estrela-do-mar, um dos primeiros animais modernos", comenta Hunter no portal Phys.org.
Os cientistas agora podem usar o fóssil como modelo para descobrir como ocorreu a evolução. "O nível de detalhes do fóssil é incrível, sua estrutura é tão complexa que demoramos um pouco para desvendar seu significado", explica Hunter.
Os autores do estudo planejam expandir seu trabalho em busca dos primeiros equinodermos (animais invertebrados e exclusivamente marinhos). "Uma coisa que esperamos responder no futuro é por que as estrelas-do-mar desenvolveram seus cinco braços […]. Ainda precisamos continuar procurando o fóssil que nos dá essa conexão particular, mas voltando aos primeiros ancestrais como Cantabrigiaster, estamos nos aproximando dessa resposta", conclui Hunter.