Nesta semana, dos dias 14 a 16 de dezembro, foram programadas reuniões virtuais entre a China e os EUA incluindo pautas relacionadas com o Acordo Consultivo Marítimo Militar (MMCA, na sigla em inglês). O encontro seria virtual devido à pandemia do coronavírus. Porém, as reuniões não aconteceram.
O almirante Phil Davidson, chefe do Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos, diante do não comparecimento da China, disse que o episódio "deveria servir como um lembrete para todas as nações enquanto buscam acordos com a China daqui para frente".
Enquanto isso, a Marinha da China responde dizendo que deu sugestões aos EUA para a reunião no mês passado, em 18 de novembro.
"No entanto, os Estados Unidos insistiram em promover sua agenda unilateral", disse o coronel naval Liu Wensheng, da Marinha do Exército de Libertação Popular (ELP).
Os EUA encurtaram e mudaram "arbitrariamente" a natureza da reunião, "até mesmo tentando nos forçar a participar da reunião antes que os dois lados chegassem a um acordo sobre os tópicos", explicou Liu, citado pela Reuters.
"Essas abordagens pouco profissionais, hostis e não construtivas mostraram o estilo de intimidação dos Estados Unidos", enfatizou Liu.
Segundo o coronel, Pequim atribui grande importância às consultas de segurança militar marítima sino-americana, acrescentando que esperava que os dois estados pudessem chegar a um acordo "o mais rápido possível sobre assuntos relevantes, para promover a abertura das reuniões sem problema".
O almirante norte-americano também pediu ao ELP para continuar um diálogo de segurança operacional.
A última troca de acusações ocorreu em meio à deterioração dos laços entre os dois países sobre as reivindicações territoriais de Pequim no mar do Sul da China, bem como as vendas de armas dos EUA a Taiwan e disputas sobre a posição de Washington em relação às empresas chinesas de tecnologia que operam nos EUA.