Segundo comunicado emitido no portal Phys.org, grupo de pesquisadores, chefiado pelo professor da Universidade de Tóquio Kunio Kaiho, analisou amostras de rocha sedimentar do sul da China e Itália em busca de matéria orgânica e mercúrio. Os pesquisadores encontraram o nível elevado de coronene (hidrocarboneto com seis anéis de benzeno) e de mercúrio, o que aponta a ocorrência de grande província magmática ou dilúvios de basalto (Trapps), ou seja, uma grande região de rocha vulcânica.
Além disso, foram detectados dois surtos da substância, o que está ligado a dois períodos de atividade vulcânica intensa separados por dezenas de milhares de anos.
Nas camadas onde foi observado um surto de concentração de coronene e mercúrio, pesquisadores também registraram um nível elevado de biomarcadores vegetais, com declínio rápido sucessivo, que correspondeu a uma catástrofe ecológica e à extinção de seres multicelulares marinhos. Sendo assim, ecossistemas terrestres tiveram danos menores do que os marinhos.
"Nós acreditamos ser um produto de grandes erupções vulcânicas, porque a anomalia de coronene foi formada por anormal combustão de alta temperatura", explicou professor Kaiho. "Semelhante surto de coronene pode ser evocado por magma de alta temperatura ou impacto de asteroide ou cometa", adicionou.
Erupções vulcânicas intensas favorecem a acumulação de aerossóis de ácido sulfúrico na estratosfera e gás carbônico na atmosfera, levando a mudanças climáticas globais e, consequentemente, sendo causa da morte de animais terrestres e marinhos.
A extinção do Permiana-Triássico ocorreu por volta de 252 milhões de anos atrás e abrangeu 90% das espécies existentes no nosso planeta. É considerado que foi causada pela erupção de volumes de magma enormes, em consequência do que surgiram Trapps siberianos.