França abre investigação contra suposto 'arquiteto' do genocídio de Ruanda

© AP Photo / Rebecca BlackwellCruz sobre a roupa de tutsis mortos em uma igreja em Ruanda
Cruz sobre a roupa de tutsis mortos em uma igreja em Ruanda - Sputnik Brasil
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Uma investigação preliminar foi aberta ontem (24) por crimes contra a humanidade contra Aloys Ntiwiragabo, chefe da inteligência militar durante o genocídio de Ruanda em 1994.

A abertura dessa investigação foi confirmada neste sábado (25) pelo Ministério Público Nacional de Combate ao Terrorismo (PNAT) em declarações à AFP, um dia depois da publicação de um artigo da imprensa francesa revelando o paradeiro de um dos alegados "arquitetos" de um dos maiores massacres da história.

Na última sexta-feira (24), a Mediapart publicou uma matéria afirmando ter descoberto o suposto genocida vivendo nos subúrbios de Orleans, no centro-norte da França, dois meses após a prisão de outro envolvido no genocídio de Ruanda, Félicien Kabuga, nos arredores de Paris. 

Procuradores do Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) acusaram o major-general Ntiwiragabo, no passado, de ter sido um dos principais responsáveis pelo genocídio do grupo étnico tutsi em 1994, que, segundo as Nações Unidas, teria deixado pelo menos 800.000 mortos. 

​Uma investigação preliminar aberta contra Aloys Ntiwiragbo, cuja presença na França eu revelei ontem no Mediapart. A França não o prendeu, apesar de várias oportunidades.

Além de sua suposta participação de destaque no genocídio de 1994, também é acusado de ser um dos fundadores, em 2000, da milícia conhecida como Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), que atua até hoje no leste da República Democrática do Congo.

França deve explicações, dizem ativistas

Após as revelações da Mediapart, a organização Ibuka, que defende a memória das vítimas do genocídio de Ruanda e a punição de seus responsáveis, divulgou uma nota cobrando a prisão do ex-militar ruandês e explicações das autoridades francesas sobre o refúgio dado a criminosos como Ntiwiragabo, que chegou a se apresentar em consulados franceses no Sudão e no Níger quando era procurado pela Justiça internacional.

"Por que tantos supostos genocidas 'em fuga' encontram na França um asilo pacífico, a exemplo de Ntiwiragabo e Félicien Kabuga, presumido financiador do genocídio, preso no último 16 de maio em Asnières-sur-Seine?", questiona o grupo.

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