De olho na 'natureza' de cada mundo: cientistas sugerem como achar civilizações extraterrestres

© Foto / ESA / Hubble & NASA, E. Shaya, L. Rizzi, B. Tully, et al. / Brilho estelar em campo pretoGaláxia anã KK 246
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Abandonando o fator de energia, cientistas propõem uma nova classificação das civilizações extraterrestres, agora conforme sua integração com a natureza.

Mas, e se as civilizações extraterrestres não quiserem ou puderem ser encontradas?

Deixando a energia para lá

Em 1964, o astrofísico soviético Nikolai Kardashev sugeriu dividir todas as civilizações em três classes, dependendo de quanta energia precisavam: toda a energia do planeta, das estrelas ou das galáxias.

Já Freeman Dyson, físico e matemático britânico, avançou com a ideia de que a existência de uma construção artificial em torno de uma estrela – que maximizaria a captura da energia emitida – só estaria ao alcance de uma civilização tecnologicamente avançada.

A chamada esfera de Dyson absorve a radiação, a aquece e a irradia na faixa infravermelha, podendo assim ser detectada na galáxia.

Embora quase 60 anos de busca por alienígenas como parte do projeto Procurando Inteligência Extraterrestre (SETI, na sigla em inglês) não tenha produzido resultados, os cientistas não desistem.

No último quarto de século, os astrônomos descobriram cerca de quatro mil planetas em outros sistemas estelares. Os cálculos mostram que alguns deles estão localizados na área de suas estrelas - onde poderia haver condições para o desenvolvimento da vida.

Mas e se o progresso não depender da quantidade de energia utilizada? O próximo esgotamento das reservas de combustíveis fósseis nos faz pensar na economia de energia, na busca de fontes alternativas. Uma verdadeira revolução verde varre o mundo inteiro.

Nova classificação

Com base nestas considerações, cientistas da Alemanha, Itália e Chile propuseram dividir as civilizações extraterrestres de acordo com a amplitude de sua integração com a natureza. A Terra se encontra por enquanto no primeiro nível, ainda ativamente transformando a natureza.

© Foto / NASA/Christopher CassidySombra na superfície da Terra de eclipse solar anular vista a partir da Estação Espacial Internacional (EEI)
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Sombra na superfície da Terra de eclipse solar anular vista a partir da Estação Espacial Internacional (EEI)

No segundo nível, vamos nos transformar, inclusive através da engenharia genética, e no terceiro, a civilização funde-se com a natureza, convertendo a matéria morta do Universo em matéria inteligente.

As civilizações de primeiro nível, como as da esfera de Dyson poderiam ser visíveis no espaço, pois gastam muita energia e jogam fora o lixo.

Já as de segundo nível, que direcionam recursos para a pesquisa computacional, também poderiam ser detectadas por radiação térmica.

Mas as civilizações mais fundidas com a natureza, as biocivilizações, economizariam energia, por isso seria improvável encontrá-las, a menos que elas o queiram.

Encontre-me se puder

Assim, os biomarcadores de uma vida primitiva têm mais probabilidade de serem identificados do que sinais oriundos de uma civilização tecnologicamente avançada.

Isto inspira a esperança de que as futuras buscas por exoplanetas possam dar frutos. Estamos agora procurando traços térmicos, sinais de rádio e megaestruturas artificiais no espaço.

Mas uma sociedade senciente é capaz de existir silenciosa e discretamente em um sistema estelar próximo sem que nos demos conta dela, pois não conseguimos distingui-los de nosso ambiente.

© Foto / ESO/M. KornmesserEstrela anã branca WDJ0914+1914 e seu exoplaneta
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Estrela anã branca WDJ0914+1914 e seu exoplaneta

Será que civilizações extraterrestres altamente desenvolvidas querem ser descobertas? Se sim, o que farão?

Bin Zhang da Universidade de Nevada, em Las Vegas (EUA), sugere em um estudo que elas poderiam recorrer a rajadas rápidas de rádio.

Estas rajadas são poderosos sinais de rádio periódicos de milissegundos vindos das profundezas do Universo. Sua origem é desconhecida. O autor assume que os alienígenas as enviariam no plano galáctico, forma mais facilmente de ser detectável por outra civilização que se encontre em um patamar similar de desenvolvimento.

Quando o projeto SKA entrar em serviço – um conjunto de antenas a ser instalado na África do Sul e Austrália e que visa observar e descobrir segredos do espaço com o maior poder computacional alguma vez criado – estes sinais poderão ser detectados e estudados mais detalhadamente.

E quais serão as chances de encontrar algo? Os cientistas da Universidade de Nottingham no Reino Unido calcularam que se uma civilização como a da Terra necessitou de 4,5 bilhões a 5 bilhões de anos para desenvolver capacidades de se comunicar, de se conectar, de fazer contatos e de ser sociável – então deve haver cerca de 36 civilizações análogas na Via Láctea.

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