Segundo o cientista político sírio Faiz Hawalah, a reunião do Conselho de Segurança da ONU de terça-feira (10) revelou que o mundo estrou no período de decadência moral da diplomacia internacional. Para ele, essa afirmação pode ser representada por uma oração subordinada: "nós, EUA, Reino Unido, França e Israel, bem como seus aliados, somos representantes dos terroristas e vamos defendê-los até o fim".
O especialista declarou que esses países estão realizando numerosas "provocações a nível diplomático, militar, político e social para desencadear uma guerra mais grave no território sírio". É mais um novo desafio para Damasco e Moscou.
O cientista político Salah al Nashawati, revelou à Sputnik Árabe que a encenação de um ataque químico na cidade síria de Douma foi benéfica para os inimigos da Síria por várias razões.
"A Arábia Saudita sabe que se os terroristas do grupo Jaysh al-Islam abandonarem Ghouta Oriental e saiarem para Idlib, perderá o instrumento de pressão sobre a situação na capital síria e não poderá desempenhar o mesmo papel nas negociações em Genebra", afirmou ele.
Para o cientista político Somar Saleh, "a Rússia hoje em dia oferece um modelo de mundo multipolar baseado nos princípios do respeito do direito internacional, proteção de soberania e fronteiras de outros países".
"No âmbito desse modelo, a Rússia está combatendo contra o terrorismo. É difícil imaginar que ela recuse seu papel no campo político, militar ou de informação", opinou ele.
Segundo Saleh, apesar de todas as declarações sobre o possível ataque contra a Síria, o presidente dos EUA Donald Trump, sendo um homem de negócio, considerará várias opções da política externa do país que forem mais vantajosas.
"Se os EUA, Reino Unido e França decidirem realizar ataque contra a Síria, a resposta será destruidora. A Síria tem grandes capacidades de autodefesa, todos lembram dos aviões e mísseis israelenses derrubados", concluiu ele.
Damasco afirmou repetidamente que não possui armas químicas. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que as falsas denúncias de ataques químicos visam proteger os terroristas e justificar uma intervenção militar estrangeira na Síria.
Em 10 de abril, a Rússia e os EUA apresentaram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) suas propostas de resolução sobre investigação do uso de armas químicas na Síria. As duas resoluções foram rejeitadas.