Cientista político qualifica governo Trump como 'presidência bloqueada'

© REUTERS / J. Scott Applewhite/PoolO novo presidente dos EUA Donald Trump no Capitólio dos EUA em Washington, antes da posse, 20 de janeiro de 2017
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Ao falar sobre o 1º ano da presidência de Donald Trump, o diretor do Instituto dos EUA e Canadá da Academia das Ciências da Rússia e membro do Conselho para Assuntos Internacionais da Rússia, Valery Garbuzov, afirmou que já hoje esta pode ser chamada de uma "presidência bloqueada".

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Vale destacar que em 20 de janeiro se celebra um ano desde a tomada de posse do 45º presidente dos EUA, Donald Trump.

"Em geral, sua presidência mesmo agora já se pode caracterizar como bloqueada. Porque, é claro, toda esta história relacionada com a forma como Washington tratou Trump, as relações ele tem com a mídia, com o Congresso, com a sociedade, tudo isso leva a dizer que é um presidente de mãos atadas, bloqueado em suas ações. Isso é ruim para Trump, é ruim, de fato, para todo o instituto da presidência dos EUA… É um enfraquecimento significativo desta ferramenta política que é a presidência", afirmou o cientista político durante uma coletiva realizada na redação da Sputnik.

De acordo com o analista, nas condições de uma "presidência bloqueada" não dá para esperar quaisquer avanços nas relações russo-americanas.

"Não há avanços sem preparação. Por isso, mesmo caso haja algum encontro [entre os presidentes russo e estadunidense], não devemos esperar qualquer avanço nas relações russo-americanas. O avanço não foi preparado. Para preparar algo deste tipo são precisos alguns fatos, mas por enquanto não vejo fatos assim tão fortes que possam mudar pela raiz a relação entre a Rússia e os EUA", sublinhou.

O especialista chamou a atenção para o fato da agenda das relações bilaterais não ser construtiva.

"Mesmo havendo alguns momentos construtivos, eles ficam afundados em toda esta bagunça que preenche a atual agenda russo-estadunidense", adiantou.

A realidade consiste em que as relações entre Washington e Moscou se desenvolvem ao longo de duas espirais, observou Garbuzov.

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"A primeira espiral é a da confrontação, a segunda é a das sanções. São dois núcleos muito fortes que estão presentes nas nossas relações. Eles se formaram ainda antes da época Trump — na presidência de Obama. E se olharmos para estas coisas com objetividade, não dá para sair de nenhuma dessas espirais em um futuro breve. Primeiro, os EUA criaram uma base legislativa forte, adotada no Congresso e aprovada pelo presidente, que não se pode desmoronar em 2-3 dias, nem mesmo em anos", explicou.

Em opinião de Garbuzov, partindo destes fatos, é preciso criar algum mecanismo especial em relação a estas duas espirais que existem e continuarão existindo nos próximos anos.

"Não as eliminaremos, mas devemos nos adaptar a elas de alguma maneira, criando um mecanismo de coordenação da confrontação e das sanções", disse Garbuzov. Ademais, ele relembrou que, nos anos da Guerra Fria, entre os EUA e a URSS havia um mecanismo que regulava a confrontação e as sanções que resultava em "pelo menos alguns resultados positivos".

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