"Não estou falando que a catástrofe vai acontecer amanhã. Apenas demonstramos que a circulação de dióxido de carbono na natureza em breve vai se tornar instável, e o seu comportamento se tornará imprevisível se continuarem a saturar a atmosfera e a água com dióxido de carbono. No passado, tais períodos da instabilidade levaram a extinções em massa", comunicou Daniel Rothman do Instituto de Tecnologia de Massachusetts dos EUA ao Science Advances.
Há dois anos os ecologistas anunciaram que neste momento na Terra estamos assistindo à sexta extinção de animais em massa. De acordo com Rothman, este processo vai se iniciar dentro de 100 anos. Ele chegou a tal conclusão após ter analisado as mudanças das condições na Terra antes da extinção do Permiano e das 4 extinções anteriores.
O que destaca todos estes acontecimentos é que o início de cada extinção foi acompanhado por mudanças na concentração de CO2 na atmosfera devido à troca de carbono entre a biosfera e a natureza inorgânica. As consequências destas mudanças, de acordo com o cientista, podem ser vistas facilmente quando se analisa a proporção de isótopos de carbono nas rochas dessas épocas.
Esta consideração forçou Rothman a estudar todos os outros 30 casos de alteração de isótopos e a comprara-los com as alterações na flora e fauna.
Utilizando esta fórmula matemática, o cientista estudou se hoje em dia a Terra poderá enfrentar uma ameaça de extinção em massa. Os resultados mostraram que a crise pode começar já em 2100, quando a concentração de dióxido de carbono no oceano atingirá o nível crítico, ainda que os acordos de Paris e Kyoto sobre o clima sejam respeitados.
O ecossistema da Terra, atingindo este nível crítico, não conseguirá mais "digerir" todo o dióxido de carbono e vai armazenar os excedentes no fundo do oceano, em resultado do que a proporção de CO2 na atmosfera aumentará bruscamente.
Segundo sublinha o geólogo, este fato não significa a extinção imediata dos animais e a humanidade ainda tem tempo para adiar a chegada desta catástrofe.