Premiê japonês planeja rever Constituição pacífica do país devido à tensão regional

© AP Photo / Eugene HoshikoForças de Autodefesa do Japão
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou nesta quarta-feira (3), em uma entrevista ao Yomiuri Shimbun, que espera rever a Constituição pacífica do país até 2020 e introduzir nela a existência de forças armadas de autodefesa.

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"Eu quero que 2020 seja o ano em que a nova Constituição entre em vigor", afirmou Abe, ressaltando a importância deste ano para seu país, inclusive por causa das Olimpíadas e Paraolimpíadas planejadas em Tóquio.

De acordo com o premiê japonês, o artigo 9 da Constituição deve preservar os princípios pacíficos, mas, além disso, a lei principal do país deve estabelecer o status das forças de autodefesa.

"As forças de autodefesa estão cumprindo seu dever plenamente, e gozam do apoio de mais de 90% da população. Ao mesmo tempo, muitos constitucionalistas dizem que [as forças de autodefesa] representam em si uma violação da Constituição", frisou Abe.

Ao mesmo tempo, ele sublinhou que, frente à existência de uma situação tensa em relação à segurança do Japão e em torno da Coreia do Norte, seria "irresponsável demais" pôr em risco vidas humanas no caso de uma ameaça, ao considerar a existência das forças de autodefesa como violação da Constituição.

A entrevista do premiê ao jornal japonês Yomiuri Shimbun coincidiu com o 70º aniversário da "Constituição pacífica" adotada sob os auspícios dos EUA no período pós-guerra. O governo de Abe, por sua vez, tenta emendá-la para conseguir mais independência nos assuntos da defesa.

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Após a guerra, a Constituição japonesa estabeleceu o não recurso à guerra como meio de resolução das disputas internacional, limitando, deste modo, a criação do seu próprio Exército. É por isso que as forças armadas japonesas são denominadas como "forças de autodefesa".

O governo de Shinzo Abe, em uma tentativa de interpretar a Constituição, já conseguiu adotar um pacote de projetos de lei contraditórios no ano passado, sendo que estes reconhecem o direito japonês à "autodefesa coletiva" e, consequentemente, permitem a participação de militares japoneses em operações militares fora do país.

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