Por que países-membros da OTAN não terão que cumprir ultimato de Washington?

© AFP 2023 / MICHAL CIZEK Militares tchecos do batalhão aéreo antes dos exercícios da OTAN, República Tcheca, abril de 2015
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O secretário da Defesa dos EUA, James Mattis, declarou que, a não ser que os europeus queiram ver como os EUA descartam uma parte de suas obrigações, os governos dos países-membros da OTAN devem mostrar que apoiam a defesa comum.

O vice-chefe do Comitê de Defesa da Câmera dos Deputados tcheca, Aleksandr Cerny, comentou à Sputnik República Tcheca como devem atuar os países europeus perante esta situação.

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Segundo disse Cerny, as declarações de Mattis não foram um ultimato. Todos os membros têm que aumentar seus gastos militares para o nível de 2% do PIB, ou seja, se trata de introduzir como regra o aumento dos gastos no domínio militar.

Entretanto, entre 10 e 15 países da OTAN não conseguiram alcançar este nível, inclusive a República Tcheca. Na opinião de Cerny, afinal das contas, seu país não terá que alcançar estes 2%.

"Por quê? Porque conseguiremos este nível somente no ano 2025. Não obstante, a situação internacional vai melhorar muito mais depressa. Estou falando da normalização das relações entre os EUA e a Rússia, e provavelmente mesmo das relações entre Washington e Pequim", especificou.

Para os tchecos, é mais que suficiente a parcela que o país dedica à defesa hoje em dia, e que supera 1% do PIB, opina Cerny. O deputado também adiantou que, com a passagem do tempo, é possível que os gastos militares do país até diminuam.

"Necessitará a Europa da OTAN neste cenário ou talvez lhe baste seu próprio exército, do qual se fala tanto?", se pergunta ele.

Segundo ele explicou, sem os Estados Unidos a Aliança Atlântica perderia seu significado e, caso Washington e Ottawa decidam sair da OTAN, é muito provável que surja um organismo militar conjunto da Europa. Porém, seria outro tipo de aliança com "ambições diferentes", observou Cerny.

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O entrevistado considera que as manobras conjuntas não fazem senão aproximar a realização deste projeto, recordando que os ministros da Defesa tcheco e alemão assinaram um acordo de cooperação entre a 4ª Brigada de Reação Rápida da República Tcheca e a 10ª Divisão Blindada da Alemanha.

Cerny concluiu que o fortalecimento do exército alemão não ameaça Praga e assinalou que a República Tcheca realiza manobras em colaboração com outros países europeus.

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