Operação militar especial russa

Quem são os brasileiros que morreram no campo de batalha na Ucrânia?

Pelo menos quatro brasileiros de diferentes perfis e movidos por interesses diversos morreram nos últimos meses nos combates na Ucrânia durante a operação militar especial da Rússia no país.
Sputnik

"O Ministério das Relações Exteriores, através da embaixada do Brasil em Kiev, tem conhecimento de quatro casos de brasileiros combatentes mortos ou desaparecidos no conflito russo-ucraniano", informou a pasta em resposta a questionamentos da Sputnik.

O governo brasileiro não sabe ao certo quantos cidadãos se apresentaram como voluntários para combater na Ucrânia, mas destaca que entrou em contato com os familiares das vítimas para prestar assistência consular.
No entanto, a transferência dos restos mortais de falecidos no exterior é uma decisão familiar e depende de cada caso, mas o governo não pode custear com recursos públicos, segundo estabelece uma lei de 2017. Em vários casos, a transferência dos corpos ou cinzas foi cara e demorada.
A pasta não forneceu uma lista dos falecidos, mas os casos conhecidos são os seguintes: Antônio Hashitani, André Luis Hack Bahi, Douglas Rodrigues Búrigo e Thalita do Valle. Todos morreram em menos de três meses no conflito. Além disso, também haveria um brasileiro desaparecido, Max Panavo, embora algumas fontes o contem como morto em combate.
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O país não enviou tropas para o conflito e mantém uma posição neutra a favor do diálogo entre os dois países, mas alguns brasileiros decidiram defender a Ucrânia, a mais de 10 mil quilômetros de suas casas. Em sua maioria, juntaram-se à Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, um grupo paramilitar de estrangeiros organizado pelo governo ucraniano.
Hashitiani foi o último a morrer, e o mais jovem, com apenas 25 anos. O óbito ocorreu em 3 de agosto do ano passado na cidade de Artyomovsk. Segundo a imprensa local, era estudante de medicina em uma universidade privada em Curitiba, no Paraná, mas largou o curso pela metade para se dedicar a projetos humanitários, principalmente na África.
Em junho de 2022, morreu André Luis Hack Bahi, de 44 anos, natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em um dos principais campos de batalha do leste da Ucrânia, ao arriscar-se no fogo cruzado para tentar salvar dois combatentes. André foi cremado e suas cinzas espalhadas em Quixadá, no Ceará.
Um mês depois, Douglas Rodrigues Búrigo morreu durante um ataque aéreo russo na Carcóvia. A família afirmou que inicialmente a ideia de Douglas era fazer um serviço humanitário, mas acabou na linha de frente. Após ser cremado, as cinzas só chegaram ao Brasil em setembro de 2022, mais de dois meses após sua morte.
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No mesmo mês e na mesma cidade, a brasileira Thalita do Valle, de 39 anos e nascida em Ribeirão Preto, em São Paulo, morreu apenas três semanas depois de chegar à Ucrânia, asfixiada devido a um incêndio no bunker onde se escondia. As cinzas foram enviadas ao Brasil meses depois e a família desconfia que não sejam dela. Ainda há acusações de que colegas roubaram seus pertences, avaliados em R$ 70 mil.
O mercenário Max Panavo também foi lutar ao lado da Ucrânia e ficou famoso nas redes sociais por compartilhar sua rotina no front. Com quase 130 mil seguidores, ostentava ser "o brasileiro mais antigo das Forças Armadas ucranianas" e postava mensagens desafiadoras contra o presidente russo, Vladimir Putin.
Embora alguns meios de comunicação o considerem como desaparecido, um amigo próximo garantiu que ele foi vítima de um ataque russo com um drone kamikaze na cidade de Avdeevka.
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