Panorama internacional

Tentando driblar os próprios erros, Milei aposta no FMI para impulsionar o seu programa econômico

O presidente argentino busca créditos de US$ 15 bilhões (R$ 75,6 bilhões) para levantar as restrições cambiais até meados de 2024. Das dúvidas da organização à margem negocial do governo, o FMI está ciente de que não pode ser associado a um colapso, disse o economista Martín Kalos à Sputnik.
Sputnik
"Se me derem US$ 15 bilhões, abro a armadilha". Esta foi a frase proferida pelo presidente Javier Milei no início de março – referindo-se à eliminação das restrições ao acesso ao dólar oficial, num contexto de escassez de moeda estrangeira.
Isso poderá começar a concretizar-se em abril, quando seu ministro da Economia, Luis Caputo, viajar a Washington para se reunir com autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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O chefe do Palácio do Tesouro participará nas Reuniões de Primavera dos Conselhos de Governadores do FMI e do Banco Mundial, que ocorrerão entre os dias 15 e 20 desse mês. Nesse contexto, procurará avançar para a assinatura de um novo acordo para o desembolso de fundos "frescos" que, segundo o presidente, são necessários para aprofundar seu programa econômico.

"Estamos trabalhando em um novo acordo e se as condições forem dadas, iremos assiná-lo", disse Milei em declarações televisivas após a série de reuniões que seu gabinete econômico manteve com Gita Gopinath – vice-diretora gerente da organização – durante sua visita a Buenos Aires.

Os prazos têm um peso inevitável. Entre abril e maio, a Argentina deverá pagar ao FMI uns colossais US$ 2,7 bilhões (R$ 13,6 bilhões) no âmbito do acordo assinado em 2022 — durante a presidência de Alberto Fernández (2015-2019) —, em que foi reestruturada a dívida contraída em 2018 por Mauricio Macri.
A pressão também será marcada pelo fim da cota de importação, esquema que consistia no parcelamento do pagamento de mercadorias provenientes do exterior (25% em janeiro, 50% em fevereiro, 75% em março e 100% em abril).
A medida – que envolveu a geração de nova dívida comercial – expira em 13 de abril, e empresas de consultoria privadas estimam que poderá exigir um adicional de R$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões).
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Nesse contexto, está o objetivo do governo de obter financiamento externo, não só para reforçar as reservas do Banco Central, mas também para avançar para a liberalização do mercado cambial e para unificar os diferentes preços do dólar que coexistem devido às restrições de acesso à moeda.
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