Panorama internacional

'Medidas agressivas e coercitivas': Nicarágua protesta contra freio de recursos para o projeto verde

O Fundo Verde para o Clima, vinculado às Nações Unidas, confirmou nessa quinta-feira (7) a rescisão do repasse de US$ 64,1 milhões (aproximadamente R$ 352 milhões) para a iniciativa BIOCLIMA.
Sputnik
Alegando suposto "descumprimento" das práticas ambientais, o governo de Daniel Ortega rejeitou essa decisão por meio de um comunicado.
Na nota, assinada por vários altos funcionários da Nicarágua, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Denis Moncada Colindres, o governo "repudia e rejeita" a decisão do Secretariado do Fundo Verde para o Clima. Eles acusam o Secretariado de cancelar o financiamento do projeto BIOCLIMA de maneira não transparente e antiética, por meio de processos e procedimentos.
"O povo nicaraguense e suas instituições têm sido exemplares na missão de cuidar da Mãe Terra. A Nicarágua foi o primeiro país a subscrever a Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra e da Humanidade, sendo também consistente com o reconhecimento dos direitos das comunidades indígenas e afrodescendentes", afirmou o comunicado.
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O governo da Nicarágua destaca que, durante a gestão do presidente Daniel Ortega, 31,6% do território, totalizando 38.426 quilômetros quadrados, foram destinados às comunidades indígenas.
"A demonstração de fortalecimento dos direitos das comunidades e dos povos indígenas em nosso país", pontua a nota.

"Desde a presidência do nosso comandante Daniel [Ortega], foi feito o maior investimento social e de infraestrutura em toda a história da Nicarágua, visando garantir a melhoria da qualidade de vida de todas as famílias nicaraguenses, em todos os lares, e principalmente daqueles que foram historicamente excluídos", acrescenta.

Nesse contexto, o governo da Nicarágua, que assinou o acordo em 2021 para financiar o projeto BIOCLIMA juntamente com o Banco Centro-Americano de Integração Econômica, o Fundo Global para o Meio Ambiente e o Fundo Verde para o Clima (responsável por quase metade do financiamento acordado, entregando o restante como empréstimo), denuncia as "medidas agressivas, coercitivas e unilaterais" da agência vinculada às Nações Unidas.
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Ao cancelar a concessão desses fundos, afirmam que "foram violados os princípios e acordos assinados perante a comunidade internacional, acordos que visavam defender a natureza, promover a adaptação e mitigação às alterações climáticas, e assegurar a transformação das vidas dos povos indígenas e afrodescendentes, sem deixar ninguém para trás".

"Exigimos que o Fundo Verde para o Clima garanta a mobilização dos recursos comprometidos pela comunidade internacional, recursos que foram retirados dos povos indígenas e afrodescendentes da Nicarágua. Isso ocorre em meio às crises que a humanidade enfrenta, incluindo as mudanças climáticas causadas pelos países mais ricos, que, ao mesmo tempo, atacam nossos povos originários, como misquitos, mayagnas, crioulos, garífonas, ramas, ulwas, sumos e mestiços", afirmam.

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