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Presidente da Moldávia está usando a lei para fins políticos e intimidar oponente, diz MRE russo

A presidente da Moldávia, Maia Sandu, está usando a lei para praticar ilegalidades contra a chefe da região autônoma da Gagaúzia, Eugenia Gutsul, afirmou nesta quinta-feira (7) a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Sputnik
Localizada ao sul do território moldavo, a Gagaúzia tradicionalmente defende maior aproximação com a Rússia, e a chefe da região está na Rússia, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin e outros representantes do governo. Nas conversas, ela expôs seu interesse em expandir a cooperação econômica, social e cultural com as regiões de Krasnodar e Penza.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chefe da região autônoma da Gagaúzia, Eugenia Gutsul, se encontram durante o Festival Mundial da Juventude, no território federal de Sirius, em 6 de março de 2024
Em entrevista à Sputnik, Zakharova comentou que, sob o pretexto de agir em prol da democracia, a administração de Sandu tenta estabelecer uma ditadura em seu território.

"A presidente da Moldávia, Maia Sandu, nem mesmo tenta disfarçar suas ações, embora todos saibam perfeitamente que ela está usando a legalidade para fins diametralmente opostos à lei — especificamente como parte de um ajuste de contas político e de pressão. E nesse caso isso é evidente, ameaças diretas à pessoa [Gutsul], que não apenas tem o apoio dos eleitores, mas também a luta deles", disse Zakharova ao salientar que Gutsul foi eleita democraticamente por eleições diretas.

Mais cedo, o chefe da assessoria de comunicação do governo da Moldávia, Daniel Vode, declarou que a reunião de Putin com Gutsul contradiz os interesses dos cidadãos moldavos e chamou Gutsul de representante de grupo criminoso.
Após as eleições na Gagaúzia, as autoridades centrais da Moldávia começaram a exercer pressão sobre a região. Em outubro de 2023, o Parlamento aprovou uma iniciativa do partido no poder, Ação e Solidariedade, determinando que a restituição do imposto sobre valor agregado para agentes econômicos da Gagaúzia não seria feita pelo orçamento da região autônoma, mas pelo regional.
Além disso, Sandu ainda não assinou o decreto para confirmar Gutsul como membro do governo, como manda a legislação do país, sob alegação de irregularidades na eleição de Gagaúzia.

"A mesma situação tem se desenrolado por muitos anos nos Países Bálticos. Eles constroem democracia, mas na verdade estão criando uma ditadura. Porque isso não é democracia, é o que os liberais americanos chamam de democracia americana. Ou seja, uma democracia de fachada, em que há um motor ditatorial, totalitário e administrativo", completou a integrante da chancelaria russa.

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O procurador-geral interino da Moldávia, Ion Muntianu, anunciou que entrará com uma ação criminal contra Gutsul na Justiça.
Gagaúzia recebeu autonomia nos primeiros anos da independência da Moldávia da União Soviética, mas a região tem longo histórico de relações tensas com o governo central.
Nos dez meses desde a eleição de Gutsul, ela não se encontrou com Sandu nem com outro oficial do alto escalão.
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