Panorama internacional

Crise no Haiti: embaixadas são fechadas e voos suspensos em meio a estado de emergência

Representações diplomáticas de vários países no Haiti permanecem fechadas e dezenas de voos foram suspensos devido a incidentes violentos que levaram as autoridades a decretarem estado de emergência, além de um toque de recolher por três dias. O governo local diz que serviços seguem em funcionamento.
Sputnik
Após mais de 4 mil detentos fugirem das principais penitenciárias de Porto Príncipe, capital do Haiti, a escalada da violência no país caribenho levou o governo local a decretar estado de emergência nesta segunda-feira (4). Com isso, embaixadas seguem fechadas no país e diversos voos foram suspensos.
Desde o início do dia, poucas pessoas se aventuraram a sair às ruas da principal cidade do país, que tem cerca de 2,5 milhões de habitantes. Grupos armados, que controlam quase 80% do território, chegaram a atacar o aeroporto internacional e até prédios da polícia local.
"A Embaixada do Canadá no Haiti estará fechada para visitantes em 4 de março de 2024. As operações continuam, mas todas as consultas pessoais estão canceladas", informou a missão diplomática. A Embaixada da Espanha também emitiu um aviso de segurança por incidentes na capital haitiana.
"Aviso de segurança 4 de março: A situação de violência em Porto Príncipe continua. Pedimos a todos os cidadãos espanhóis que limitem seus movimentos e, se possível, acumulem água/produtos básicos. Siga as indicações das autoridades locais. Existem cancelamentos de voos", explicou a representação.
Segundo a mídia local, as companhias aéreas American Airlines e JetBlue suspenderam os voos para o país, enquanto a Spirit Airlines deixou de voar para a capital.
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Emergência e toque de recolher até a quarta (6)

Grupos armados atacaram dois centros penitenciários no Haiti e libertaram a maioria dos presos. Nos ataques, policiais e militares penitenciários foram mortos, levando o governo a decretar estado de emergência e um toque de recolher até quarta-feira (6) "para controlar a situação".
Após os ataques, as autoridades transferiram 17 cidadãos colombianos, a pedido do governo da Colômbia, de uma prisão civil em Porto Príncipe para outras instalações. Ex-militares do país são acusados de participar do assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021.
No último domingo (3), a Embaixada dos Estados Unidos no Haiti aconselhou seus cidadãos a deixarem o país o mais rápido possível e avisou que suas operações seriam limitadas a partir de hoje. "As operações podem ser afetadas durante a semana devido à violência de gangues e seu impacto no transporte e na infraestrutura", advertiu a embaixada.
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Já o gabinete do primeiro-ministro, Ariel Henry, destacou que os serviços locais estavam operando normalmente. "O governo deseja informar à população em geral e à imprensa em particular que a administração pública, o comércio, a indústria e as escolas não estão inativas durante os três dias de estado de emergência declarado pelo governo da República", escreveu o gabinete em um comunicado.
O Haiti enfrenta uma crise sociopolítica que dura décadas e se agravou desde o assassinato de Moïse. Desde então, as autoridades têm sido sobrecarregadas por um aumento sem precedentes na influência de grupos mafiosos que se dedicam à extorsão, ao sequestro por resgate e controlam áreas inteiras do país, incluindo terminais de combustível.
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