Panorama internacional

'Relíquia do passado': EUA veem OTAN como ferramenta para controlar a Europa, diz cientista político

Um cientista político especializado em relações exteriores descreveu a Aliança Atlântica como tendo de pintar ameaças na Rússia e na China para justificar o complexo militar-industrial dos EUA.
Sputnik
A existência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma relíquia da Guerra Fria a serviço dos interesses americanos, com o objetivo de impedir laços mais estreitos entre a Europa e a Rússia, disse um analista de relações exteriores baseado em Londres, Reino Unido.
Adriel Kasonta descartou os temores ocidentais de um ataque russo à OTAN como infundados, argumentando que tais temores são propagados para justificar os gastos militares e apoiar o complexo militar-industrial dos EUA.
"A OTAN é uma relíquia do passado que serve como uma ferramenta útil para manter esse ambiente de ameaça de possibilidade imaginária de conflito e serve como uma ferramenta para pressionar os europeus a não conduzirem sua própria política externa", declarou Kasonta.
Ele destacou os incentivos econômicos por trás da retratação da Rússia e agora da China como bichos-papões, e sugeriu que essas narrativas são projetadas para manter os países europeus alinhados com os objetivos políticos dos EUA e não com os seus próprios.
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Kasonta também rejeitou a ideia de que a China domina o BRICS, sublinhando a confiança e a cooperação entre as nações na construção de um mundo multipolar, em que todos os países "têm a mesma voz".
O analista apoiou a avaliação de Vladimir Putin, presidente da Rússia, destacando o respeito mútuo e os objetivos comuns compartilhados pela Rússia e pela China em oposição a um mundo unipolar dominado pelos EUA. Ele criticou a incapacidade de Washington de se adaptar às mudanças na dinâmica do poder global, insistindo em uma ordem mundial em que as nações não sejam servas da potência hegemônica.
"O presidente Vladimir Putin, junto com o líder chinês XI Jinping [...] querem construir um mundo multipolar, onde seus respectivos interesses nacionais sejam respeitados por outros atores. Além disso, eles pretendem criar uma ordem mundial em que as nações mais fracas ou menores também tenham algo a dizer, em vez de serem submissas e subservientes a um único país", vê o cientista político.
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