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'Um dos planos era me prender e enforcar após o golpe', diz Moraes ao detalhar ações em 8 de janeiro

Quase um ano após os atos de vandalismo, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, fez fortes declarações sobre o 8 de janeiro demonstrando até que ponto os extremistas poderiam ir se não houvesse uma reação forte das instituições brasileiras em resposta.
Sputnik
Faltam quatro dias para que se complete um ano das invasões aos prédios dos Três Poderes em Brasília. No dia 8 de janeiro, milhares de pessoas depredaram diversas dependências – principalmente as do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Eleitoral (STF) – dos prédios por não aceitarem o resultado das eleições e tentaram provocar um golpe militar.
Segundo Moraes, que até hoje é o magistrado mais atacado nas redes sociais, havia uma opção de três planos para ele após o golpe: prendê-lo, matá-lo em uma rodovia ou em praça pública.
"Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais [do Exército] me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. [...] Há outro inquérito que investiga [...] com participação da Abin [Agência de Inteligência do Brasil] que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão", afirmou.
Indagado se precisou reforçar a própria segurança, Moraes diz que mantém o mesmo esquema desde que assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em 2014, mas que em relação à família, aumentou.
"Eu já recebia ameaças da criminalidade organizada, o esquema é o mesmo há quase nove anos. Em relação à minha família, aumentei a segurança. Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente. Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos [...]."
Segundo o ministro, os planos mostram que "dá para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição".
Ao mesmo tempo, Moraes apontou que "foi um erro muito grande das autoridades" deixar milhares de pessoas na frente dos quartéis. "Isso é crime e agora não há mais dúvida disso."

"O STF recebeu mais de 1.200 denúncias contra quem estava acampado pedindo golpe militar, tortura e perseguição de adversários políticos. No dia do segundo turno, também tivemos um problema grave com a Polícia Rodoviária Federal [PRF] [...] houve a greve dos caminhões tentando parar o país. A violência estava em uma crescente", analisou.

Para o ministro, as invasões "foram o ápice do movimento", caracterizando uma "tentativa final de se reverter o resultado legítimo das urnas".
Segundo o magistrado, a regulamentação das redes sociais vai ser uma bandeira importante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro semestre de 2024, visto que as fake news ajudaram o movimento a tomar a forma em massa que tomou.
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Em sua visão, o 8 de janeiro mostrou que é preciso "impedir a continuidade dessa terra sem lei das redes sociais. Sem elas, dificilmente [os atos golpistas] teriam ocorrido de forma tão massiva. Na parte criminal eleitoral, todos os políticos, quando houver comprovação de participação, devem ser alijados da vida política, além da responsabilidade penal".
"Quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país", complementou Alexandre de Moraes.
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