Panorama internacional

UNICEF: 19 mil crianças foram deslocadas para o sul de Gaza, ninguém sabe se seus pais estão vivos

Um representante regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância relatou a catastrófica situação humanitária na Faixa de Gaza, que afeta não só os moradores, mas também as tentativas de os resgatar.
Sputnik
A catástrofe humanitária na Faixa de Gaza pode tirar a vida de mais crianças do que os bombardeios, atualmente há um total de 19.000 menores palestinos desacompanhados no território, disse Ammar Ammar, representante regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), à Sputnik.
"Estamos extremamente preocupados com a situação catastrófica em Gaza e seu impacto direto sobre as crianças da Faixa, [já que] as restrições impostas ao processo de entrega de ajuda humanitária, a falta de água potável e a crise no setor médico são fatores-chave que levam à sua morte", contou ele.

"Tudo isso está tirando a vida de muitas crianças no enclave, e o número pode acabar sendo muitas vezes superior ao número de crianças mortas nos bombardeios", referiu, acrescentando que não se sabe o paradeiro de muitos dos pais.

O representante referiu que o UNICEF "está trabalhando arduamente para distribuir combustível, água potável, itens de higiene pessoal, etc". No entanto, adverte, a quantidade é insuficiente e os bombardeios dificultam a entrega em algumas áreas.
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Ammar explicou que, mesmo com todas as dificuldades, o apoio do UNICEF aos menores que perderam suas famílias "está no centro de suas prioridades", e que a ONU foi a primeira a "soar o alarme" sobre a gravidade da situação humanitária em Gaza.

"Foi a primeira a dizer que a Faixa de Gaza se tornou um cemitério de crianças, e sua diretora-executiva [Catherine Russell] invocou o Artigo 99 para chegar a uma solução que acabe com essa guerra", lembrou.

"A comunidade internacional tem a responsabilidade moral e a obrigação de exigir um cessar-fogo e fornecer a assistência humanitária necessária para que a população civil palestina possa sobreviver", sublinhou Ammar Ammar.
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