Panorama internacional

Nova Zelândia vai explorar tecnologia militar do AUKUS e elevar defesa com Austrália, diz premiê

Nesta quarta-feira (20), o recém-empossado premiê neozelandês, Christopher Luxon, disse que a seu país está "interessado em explorar" as oportunidades apresentadas pelo compartilhamento de tecnologia militar no âmbito do pacto de segurança AUKUS.
Sputnik
Embora não tenha mencionado explicitamente a China, Luxon destacou o "ambiente estratégico contestado" entre os desafios no Pacífico como um dos impulsos que levam Wellington a se aproximar da aliança militar formada por Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, segundo o jornal Nikkei Asia.

"Do meu ponto de vista, estamos interessados em explorar o segundo pilar do AUKUS, em particular as novas tecnologias [...] e as oportunidades que podem significar para a participação da Nova Zelândia. Trabalharemos nisso ao longo do próximo ano, à medida que entendermos melhor e pensaremos sobre quais podem ser as oportunidades para nós", afirmou Luxon.

O premiê concedeu as declarações ao lado do seu homólogo australiano Anthony Albanese, em uma entrevista hoje (20) em Sydney.
O primeiro-ministro neozelandês disse que a dupla discutiu a potencial participação de seu país no "segundo pilar" do AUKUS, uma vez que o "primeiro pilar" foi concebido para entregar submarinos de ataque com propulsão nuclear à Austrália, mas a Nova Zelândia tem forte posição antinuclear e mudar esse status seria "inegociável", disse Luxon.

"Sempre teremos nossa posição livre de armas nucleares. Isso não é negociável para nós na Nova Zelândia", declarou.

O acordo AUKUS envolve a transferência de até quatro toneladas de urânio altamente enriquecido para fins militares dos Estados Unidos e do Reino Unido, dois países com armas nucleares, para a Austrália, um país sem armas nucleares.
Mudança na política de defesa da Nova Zelândia sugere maior militarização da Ásia-Pacífico
Os estreitos laços de segurança com a Austrália, o único aliado formal de defesa da Nova Zelândia, são "muito fundamentais", visto que o país enfrenta "um mundo mais desafiador e complexo", acrescentou Luxon. Albanese afirmou que os países continuarão a melhorar a interoperabilidade das suas respectivas forças de defesa.
A política externa e a defesa neozelandesas têm, em grande parte, um consenso bipartidário na Nova Zelândia, e o atual governo está seguindo um caminho semelhante ao anterior governo trabalhista, que tinha se tornado cada vez mais preocupado com a crescente influência da China no Pacífico, escreve a agência Reuters.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, falou sobre as relações bilaterais com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Winston Peters, em uma conversa por telefone ontem (19), segundo a agência Xinhua.
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