Panorama internacional

Espanha expulsa 2 funcionários da embaixada dos EUA por espionagem e suborno de agentes

Uma investigação feita pelo Centro Nacional de Inteligência (CNI, na sigla em espanhol) confirmou que espiões norte-americanos pediram informações secretas a agentes espanhóis em troca de "uma grande soma de dinheiro".
Sputnik
O governo espanhol expulsou discretamente pelo menos dois funcionários da Embaixada dos Estados Unidos em Madri acusados ​​de subornar oficiais de inteligência espanhóis para informações confidenciais, informou o jornal El Pais nesta quinta-feira (7).
Além disso, pode ser que mais funcionários estadunidenses estejam envolvidos além dos que foram expulsos, relata a mídia.
De acordo com a publicação espanhola, "a descoberta de que dois agentes do CNI foram subornados para fornecerem informação classificada como secreta aos Estados Unidos criou uma situação sem precedentes entre Madri e Washington".
A operação, que também prendeu há dois meses dois agentes dos serviços secretos espanhóis, começou antes do verão, quando durante uma verificação de segurança da CNI se descobriu que esses agentes tinham acessado informações confidenciais de que não necessitavam para o seu trabalho nem estavam autorizados saber.
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A investigação interna então confirmou que pelo menos um dos agentes tinha sido recrutado por espiões estadunidenses para obter essas informações.
Segundo fontes próximas à CNI, um dos agentes espanhóis era chefe de área – uma das seções que integram a divisão de inteligência – e o outro seu auxiliar. O tribunal que decretou a pena e prisão dos mesmos ordenou que o caso fosse mantido em segredo, sendo o mesmo divulgado apenas agora.
Ambos foram presos em Madri, no entanto, o auxiliar foi libertado no mês passado, enquanto o seu superior continua preso, diz o jornal.
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A embaixadora dos Estados Unidos na Espanha, Julissa Reynoso, foi convocada pelas autoridades espanholas, mas disse não saber nada sobre o caso e pediu desculpas. Washington atendeu então a um pedido dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores espanhóis para que os dois funcionários dos EUA saíssem.
"É uma questão muito grave, uma vez que recrutar agentes secretos de uma nação anfitriã para trair o seu próprio país é um ato abertamente hostil feito com governos inimigos, mas nunca com amigos ou aliados", escreve o El País.
O chanceler espanhol, José Manuel Albares, telefonou ao representante da administração Biden em Madri e transmitiu o desconforto do Executivo, segundo fontes governamentais.
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