Panorama internacional

Ucrânia e EUA culpam um ao outro por 'contraofensiva fracassada', revela jornal

Oficiais dos EUA e Reino Unido ajudaram a planejar a campanha ucraniana de primavera-verão (no Hemisfério Norte) e forneceram todos os equipamentos solicitados, mas Kiev decidiu dividir suas forças em três direções, de acordo com um artigo do The Washington Post (WP) publicado na segunda-feira (4).
Sputnik
Vários funcionários do jornal entrevistaram "mais de 30 altos comandantes" da Ucrânia, dos EUA e da União Europeia (UE), entretanto, poucos deles foram identificados. A mídia chegou à conclusão que "uma contraofensiva nascida do otimismo não conseguiu dar seu golpe esperado, gerando atrito e dúvidas entre Washington e Kiev".
Uma série de oito jogos de guerra foram conduzidos na base dos EUA em Wiesbaden, na Alemanha, onde alegadamente foi desenvolvido um "plano de campanha viável e detalhado" para o ataque. O Pentágono queria que a ofensiva começasse em meados de abril e se concentrasse em cortar a "ponte terrestre" para a Crimeia que se estende na direção de Melitopol.
A 47ª Brigada, armada pela OTAN, tão nova que 70% de seus membros não tinham experiência de combate, tinha que liderar o caminho. "Nada correu como planejado."
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De acordo o jornal, Washington e Kiev "por vezes discordaram fortemente sobre estratégia, táticas e tempo". Em vez de um ataque focado em Melitopol, a liderança ucraniana insistiu em atacar também na direção de Berdyansk e Artyomovsk (Bakhmut na denominação ucraniana).
"O plano que eles desenvolveram era inteiramente viável com a força que eles tinham, no cronograma que planejamos", disse um alto funcionário militar dos EUA ao WP. "Eles também receberam tudo o que lhes foi prometido, a tempo", disse o alto funcionário.
A confiança do Ocidente em táticas de blindados e uma ruptura das linhas do adversário "não funcionou", disse um alto funcionário da Defesa ucraniana.
"Em quase todos os pontos ao longo da frente, as expectativas e os resultados divergiram", observou o jornal, descrevendo o moral na Ucrânia como "minguante" e sua causa como "precária".
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