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Governo do Reino Unido guarda informações de críticos 'para referência futura', descobre mídia

Um grande número de departamentos governamentais britânicos assumem uma posição ativamente hostil sobre seus críticos, incluindo com desconvites a eventos, segundo o The Guardian.
Sputnik
Quinze departamentos no Reino Unido têm traçado o perfil de críticos do governo a fim de impedi-los de falar em eventos públicos, revelou neste domingo (19) o jornal britânico The Guardian.
O jornal relatou que os departamentos, incluindo os de Saúde, Cultura, Mídia, Esporte, Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, estavam verificando especialistas e, ocasionalmente, desconvidando-os de eventos financiados pelo governo.
As diretrizes teriam dito aos funcionários para monitorar as redes sociais de possíveis convidados, e também examinar um mínimo de cinco a dez páginas de resultados de pesquisa do Google sobre eles, cobrindo um período de três a cinco anos, e manter essas informações "para referência futura".
O The Guardian divulgou em outubro uma história sobre o Departamento de Educação examinando seus palestrantes, mas a verdadeira escala de perfilagem só foi revelada recentemente por especialistas em direitos humanos do escritório de advocacia Leigh Day.
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Tessa Gregory, sócia da entidade, argumentou que essas verificações ocultas eram ilegais e contrárias às leis de proteção de dados.
"É provável que isso tenha afetado um grande número de indivíduos, muitos dos quais não sabem que os funcionários públicos têm arquivos secretos sobre eles. Tais práticas são extremamente perigosas", apontou ela.
Dan Kaszeta, um especialista em armas químicas, contratou o Leigh Day para levar o governo a uma revisão judicial depois de saber que foi desconvidado de uma conferência de defesa no Reino Unido em abril por ter escrito publicações críticas on-line. Ele disse que conhecia outras vítimas de listas negras do governo, a maioria das quais tinha medo de se manifestar, escreve a mídia britânica.
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