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Mídia: 700 pessoas foram mortas em confrontos no Sudão na última semana

Cerca de 700 pessoas foram mortas no estado de Darfur Ocidental, no Sudão, em confrontos entre as Forças Armadas sudanesas e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), grupo paramilitar local, noticiou hoje (9) a Reuters, citando a Organização Internacional para as Migrações (OIM), da Organização das Nações Unidas (ONU).
Sputnik
Segundo a agência de notícias, os confrontos ocorreram na semana passada, nas proximidades da cidade de El Geneina, centro administrativo de Darfur Ocidental. O comunicado da OIM citado diz ainda que cerca de 100 pessoas ficaram feridas e 300 estão desaparecidas.

"Relatos e imagens chocantes vindos de Ardamata, Darfur Ocidental, incluindo assassinatos, violações graves e massacres de civis, após a tomada da área pelas RSF. Aqueles com autoridade devem respeitar o direito internacional humanitário, proteger civis, garantir o Estado de direito e fornecer acesso humanitário irrestrito a pessoas vulneráveis", escreveu Toby Harward, coordenador humanitário adjunto da ONU no Sudão, no X (antigo Twitter).

Desde 15 de abril ocorrem combates no Sudão entre as RSF, sob o comando de Mohamed Hamdan Dagalo, e o Exército regular.
Pessoas que fugiram para o Chade relataram um novo aumento de assassinatos por motivos étnicos no oeste de Darfur, no Sudão, depois que as Forças de Apoio Rápido (RSF) assumiram o controle da principal base militar na capital do estado, El Geneina.
Panorama internacional
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O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que meses de combates no país podem levar a surtos de doenças e a um colapso fatal do sistema de saúde.
De acordo com a OIM, o número de pessoas deslocadas internamente no Sudão ultrapassou 7 milhões.
Desde o início do conflito, em abril, cerca de 2,8 milhões de pessoas se deslocaram internamente e 800 mil fugiram para países vizinhos, de acordo com dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
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Entenda o conflito

Em 2019, o país foi abalado por uma onda de protestos que depôs o presidente Omar al-Bashir, após quase 30 anos no poder.
Em outubro de 2021, militares deram um golpe de Estado e tomaram o poder após prender o então primeiro-ministro interino, Abdallah Hamdok.
No centro dos confrontos estão o líder das Forças Armadas sudanesas, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante das RSF, Mohamed Hamdan Dagalo. Aliados, em 2019, para derrubar Bashir, tornaram-se inimigos por disputas de poder.
O Exército interpretou o espalhamento das RSF pelo território sudanês, em abril, como uma ameaça, ensejando os confrontos, de extrema violência, com corpos nas ruas e estupros em massa.
Aproximadamente 25 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária, de acordo com a representante especial adjunta do secretário-geral da ONU e coordenadora residente e humanitária no Sudão, Clementine Nkweta-Salami:

"São milhares de relatos de casos crescentes de violência sexual e baseada no gênero, desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e violações graves dos direitos humanos e das crianças", declarou ela em informe da ONU.

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