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El Salvador: partidos de oposição tentam barrar candidatura de reeleição de Bukele

O Partido da Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), de cunho conservador, pediu nesta segunda-feira (6) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que invalidasse a candidatura presidencial de Nayib Bukele (Nuevas Ideas), atual presidente do país e candidato a reeleição no próximo ano.
Sputnik
Segundo os dirigentes do partido, a Constituição salvadorenha impede a reeleição de Bukele. "A Constituição estabelece que é proibida a reeleição imediata, por isso viemos pedir ao tribunal que tome posse e seja corajoso com o juramento que fez sobre a Constituição", disse o presidente da ARENA, Carlos García Saade.
Bukele goza de alta popularidade entre os eleitores. Uma pesquisa de opinião, realizada pela Universidade Francisco Gavidia, revelou que o líder de El Salvador possui 68,4% das intenções de voto para as eleições do próximo ano, que ocorrem em fevereiro.
Em segundo lugar estaria o candidato apresentado pelo ARENA, com apenas 4,3% das intenções de voto. Bukele foi o primeiro candidato, desde 1989, que se tornou presidente sem ser afiliado a um dos dois principais partidos do país, ARENA ou FMLN (Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional).
Resistência à reeleição de Bukele é apresentada por diversos partidos e especialistas constitucionais de El Salvador, ressaltando que a Constituição proíbe reeleições imediatas em seis artigos diferentes.
No entanto, o TSE aprovou a candidatura de Bukele. Noel Orellana, magistrado da corte, afirmou que tudo está "dentro dos parâmetros legais". "O que é verdade é que esse colegiado agiu de acordo com a lei", disse em entrevista a uma rádio local.
Embora a Constituição de El Salvador de fato proíba a reeleição presidencial, uma resolução de 2021 da Suprema Corte de Justiça permitiu a Bukele concorrer novamente, afirmando que caberá ao povo decidir nas urnas.
Orellana ressaltou que a discussão no TSE não adentrou no tópico da constitucionalidade da candidatura de Bukele, mas sim se a decisão da Suprema Corte iria ou não ser cumprida.
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