Panorama internacional

Após morte de recruta, forças especiais dos EUA passarão a ter testes antidoping

Uma divisão das forças especiais do país norte-americano aumentará o uso de testes de dopagem aleatórios, um ano e meio depois que um recruta morreu após completar um dos programas de treinamento mais difíceis.
Sputnik
O Comando de Guerra Especial Naval (NSW, na sigla em inglês) dos EUA anunciou na sexta-feira (29) que adotará a partir de novembro um novo programa de testes aleatórios para drogas que melhoram o desempenho, como esteroides e hormônios de crescimento muscular.
"Minha intenção é garantir que todos os colegas do NSW tenham o melhor desempenho de suas habilidades inatas e preservando ao mesmo tempo os distintos padrões de excelência que definem o NSW", disse o contra-almirante Keith Davids, que chefia o grupo naval.
A nova iniciativa prevê que 15% de todos os membros da unidade, e não apenas os recrutas, serão testados aleatoriamente uma vez por mês. Davids chamou a iniciativa de "um compromisso firme com a saúde, a segurança e a prontidão operacional de todos os membros da comunidade do NSW".
Os testes se somarão aos testes existentes para drogas ilícitas.
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A reforma ocorre depois que o recruta Kyle Mullen morreu de parada cardíaca em fevereiro de 2022, após concluir com sucesso o teste mais difícil do programa de treinamento das Equipes de Mar, Ar e Terra (SEAL) da Marinha dos EUA, conhecido como Semana de Inferno. A investigação do evento revelou que ele e outros recrutas haviam usado substâncias dopantes, e que o coração de Mullen pesava o dobro do de um homem normal.
Diversos recrutas disseram ao jornal norte-americano The New York Times que muitos fuzileiros navais usaram drogas para obter vantagem no curso de seleção, e que eles aumentaram o ritmo do treinamento já extenuante, a ponto de forçar os recrutas que não usavam drogas a abandonar as fileiras.
Outros recrutas também afirmam que o doping ainda é generalizado, mesmo depois que os candidatos selecionados entram nas forças especiais.
"Se eles fizessem testes, não teríamos equipes SEAL", disse Jeff Nichols, um ex-membro do corpo, no final de 2022.
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