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PF faz operação contra fraude indicada pelos EUA no Rio; Braga Netto tem sigilo telefônico quebrado

Suposta fraude em compra de coletes balísticos por gabinete de segurança do Rio através da empresa CTU Security LLC foi apontada pelos EUA no curso da investigação do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, uma vez que a CTU ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executá-lo em 2021.
Sputnik
Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal realiza a Operação Perfídia, que visa cumprir 16 mandados de busca e apreensão. A operação tem como objetivo investigar uma suspeita de fraude na verba de intervenção federal ocorrida na segurança do Rio de Janeiro e que custou R$ 1,2 bilhão.
Os mandados acontecem em quatro estados, sendo dez no Rio de Janeiro, um em Minas Gerais, dois no Distrito Federal e três em São Paulo, segundo o jornal O Globo. No Rio, ao menos três viaturas chegaram com material apreendido – entre malote, pastas com documentos e um computador – por volta das 08h30 na superintendência da PF no Rio.
No âmbito da operação, o ex-ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Netto, está entre os investigados por ter sido o interventor, mas não é alvo dos mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos, ele teve foi o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
Ainda segundo a mídia, a investigação tem como objetivo apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais quando ocorreu a contratação da empresa americana CTU Security LLC pelo governo brasileiro.
Em 2018, o governo e a empresa fecharam negócio para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço através do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIRF), escreve o jornal.
No ano mencionado, quando o Brasil ainda estava sob a presidência de Michel Temer, o então presidente colocou a segurança pública do Rio a cargo das Forças Armadas. O general Braga Netto, do Comando Militar do Leste (CML), foi nomeado interventor.
A mídia ainda relata que as autoridades norte-americanas descobriram o crime no curso da investigação sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise em julho de 2021. A empresa CTU Security LLC ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moise e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.
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Após a comunicação do crime pelas autoridades estadunidenses, o Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou dois ofícios e dois processos referentes à tomada de contas das compras das contratações de coletes balísticos pelo GIRF.
Foram apontados indícios de conluio entre as empresas e de estas terem conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes pelo GIRF e estimou um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4.640.159,40, diz o jornal O Globo.
Além desta contratação, a Operação Perfídia investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel deste mercado no Brasil. Tais empresas possuem milhões em contratos públicos.
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