Operação militar especial russa

Olaf Scholz sofre pressão interna para enviar mísseis de cruzeiro à Ucrânia, diz mídia

Dois legisladores do próprio partido do chanceler alemão sinalizaram apoio à medida reclamada já por algumas vozes da maioria do Bundestag, o parlamento alemão.
Sputnik
Segundo o Financial Times (FT), o chanceler alemão Olaf Scholz está sob crescente pressão para fornecer mísseis de cruzeiro à Ucrânia para reforçar sua contraofensiva contra as forças russas.
Desta vez, dois legisladores do Partido Social-Democrata (SPD) de Scholz se juntaram recentemente a um coro de vozes que pedem o envio de mísseis Taurus de fabricação sueco-alemã a Kiev.
"A contraofensiva está vacilando, a Ucrânia não tem uma força aérea significativa para apoiá-la", disse Andreas Schwarz, membro do SPD no parlamento, ao jornal alemão Der Spiegel no domingo (6). "Isso deixa apenas mísseis guiados, como os mísseis de cruzeiro Taurus, com os quais o Exército ucraniano poderia superar os campos minados colocados pelos russos e recapturar o território."
Os comentários do parlamentar foram repetidos com cautela por Nils Schmid, porta-voz de política externa do SPD no parlamento, que disse ao jornal alemão Tagesspiegel que não "descartou" abastecer sistemas como o Taurus em conjunto com os Estados Unidos.
Para Schmid, no entanto, é vital garantir o controle de alvos por parte dos soldados ucranianos, caso contrário, isso traria Berlim "perigosamente [para] perto da participação direta na guerra".
Equipada com tanques Leopard alemães e outros armamentos de qualidade da Organização do Tratado o Atlântico Norte (OTAN) fornecidos por aliados ocidentais, a infantaria da Ucrânia tem lutado para romper posições russas fortemente minadas e fortificadas, sem sucesso.
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No mês passado, a França anunciou que seguiria o exemplo do Reino Unido, fornecendo à Ucrânia mísseis SCALP, que, como os britânicos Storm Shadow, têm um alcance de cerca de 250 km.
No entanto, a Alemanha, junto com os EUA, tem sido mais hesitante, temendo o risco de escalada que viria com o fornecimento de uma arma com alcance de mais de 500 km que poderia ser usada para atingir o território russo.
Na semana passada, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que o fornecimento de mísseis Taurus "não é nossa principal prioridade no momento".
O debate sobre o envio ou não dos Taurus gerou comparações na Alemanha com a longa e dolorosa discussão sobre o envio de tanques Leopard 2 de fabricação alemã para a Ucrânia, que atingiu o auge em janeiro deste ano, após meses de deliberações que geraram frustração nos aliados internacionais de Berlim — segunda maior fornecedora de equipamento militar à Ucrânia em números absolutos.
Scholz acabou fechando um acordo com Joe Biden para enviar o Leopard 2 para Kiev — e permitir que outros países europeus fizessem o mesmo — com os EUA se comprometendo a enviar seus próprios tanques Abrams.
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