Ciência e sociedade

Restos de oceano antigo podem estar causando 'buraco gravitacional' no Índico

Um "buraco gravitacional" no oceano Índico, onde a atração gravitacional é mais fraca do que em outros lugares da Terra, poderia ser o resultado de plumas de magma das profundezas do planeta, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Geophysical Research Letters.
Sputnik
Até então, os pesquisadores não sabiam ao certo por que o fenômeno existia.

"A Terra é basicamente uma batata grumosa" e não uma esfera, disse a coautora do estudo Attreyee Ghosh à CNN.

Portanto, a gravidade é distribuída de forma desigual ao redor do planeta, explicou ela.

"Se você derramar água na superfície da Terra, o nível que a água toma é chamado de geoide, determinado por diferenças de densidade sob a superfície da Terra. O 'buraco gravitacional' no oceano Índico é a 'maior baixa' no geoide," continuou Ghosh.

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Para explicar a anomalia, os pesquisadores usaram modelos computacionais para estudar as placas tectônicas e determinar como a região se formou historicamente. Eles descobriram que a discrepância gravitacional remonta à "separação de Gondwana, o supercontinente que originou África, Austrália e Índia", explicou o portal Insider.

"Quando a Índia se separou da África e se chocou com a placa europeia, o oceano que costumava estar lá, chamado Tétis, foi dividido e esmagado entre as placas continentais."

A mudança dos continentes ao longo do tempo eliminou o oceano Tétis, e a placa oceânica começou a afundar mais profundamente na Terra, causando menor gravidade. O movimento também derreteu lentamente o manto da Terra, liberando plumas de magma, semelhantes à forma como os vulcões se formam.
Agora, os pesquisadores não têm certeza se o buraco gravitacional permanecerá ou desaparecerá no futuro. Mais pesquisas também são necessárias para confirmar a existência das plumas, disse Himangshu Paul, cientista do Instituto Nacional de Pesquisa Geofísica da Índia, ao New Scientist.
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