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Economista austríaco indica erros da estratégia sancionatória contra Rússia

As sanções ocidentais contra a Rússia não tiveram o efeito necessário, afirmou o economista sênior do Instituto de Pesquisa Econômica Internacional de Viena, Vasily Astrov, em uma entrevista ao canal alemão N-TV.
Sputnik
De acordo com ele, os Estados Unidos e União Europeia subestimaram a capacidade de adaptação da economia russa, bem como superestimaram a prontidão de outros países para aderir às medidas punitivas.
Pelo contrário, as tentativas do Ocidente de exercer pressão econômica sobre a Rússia levaram a muitas mudanças positivas no país, destacou o especialista.
Além disso, ele apontou que a economia russa mostrou uma notável resiliência às sanções ocidentais, após uma leve recessão no ano passado, ela se recuperou e adaptou-se rapidamente às medidas punitivas. Especialmente naquelas áreas que estão direta ou indiretamente relacionadas às operações de combate.
No entanto, segundo o especialista, a Rússia teve problemas com as vendas de petróleo e gás. Em vez da Europa, Moscou exportou seu "ouro negro" para a Ásia, mas a um preço mais baixo. O "combustível azul" é ainda mais difícil de exportar, porque para transportá-lo eram usados gasodutos. No geral, a Rússia perdeu cerca de um terço de suas receitas de exportação.
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A importação de mercadorias é diferente, explica Astrov. Alguns produtos ocidentais continuam a entrar no país através das chamadas importações paralelas, mas a um preço muito mais elevado, e alguns produtos foram substituídos por fontes alternativas, por exemplo da China.
De acordo com Astrov, o Ocidente cometeu vários erros em sua estratégia sancionatória. Primeiro, ele acreditava erroneamente que a maioria dos países do mundo se juntaria a ele. Era compreensível que a China não o apoiasse, mas esperava-se mais cooperação da Índia, do Brasil e de outros países em desenvolvimento.
Além disso, a Turquia, um Estado-membro da OTAN, não só não aderiu às medidas punitivas, mas até aumentou o comércio com a Rússia. O Ocidente também subestimou a capacidade da economia russa de se ajustar, e ela é muito maior e mais desenvolvida do que a do Irã, da Venezuela e da Coreia do Norte.

"Portanto, a economia russa tem mais fontes internas de crescimento e oportunidades de diversificação", explicou o especialista, acrescentando que "a economia russa não pode ser comparada à economia soviética. A Rússia é uma verdadeira economia de mercado".

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