Panorama internacional

Compradores na Coreia do Sul estocam sal antes do Japão despejar água radioativa

A Reuters falou com moradores sul-coreanos, que demonstraram temer os possíveis resultados de o Japão despejar água radioativa da usina nuclear de Fukushima para o mar.
Sputnik
Moradores sul-coreanos estão comprando sal marinho e outros itens em meio ao iminente despejo no mar pelo Japão de mais de um milhão de toneladas métricas de água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima, informa na quinta-feira (29) a agência britânica Reuters.
A água foi usada principalmente para resfriar reatores danificados na usina de Fukushima, ao norte de Tóquio, depois que ela foi atingida por um terremoto e tsunami em 2011. A água deve ser liberada em breve, embora nenhuma data tenha sido definida. O governo japonês garantiu que a tratou de purificar dentro dos possíveis, mas pescadores e compradores na Coreia do Sul, Japão e em toda a região estão com temores.
"Recentemente, comprei 5 kg de sal", disse Lee Young-min, 38 anos, mãe de dois filhos, que vive em Seongnam, ao sul da capital sul-coreana, Seul. Ela disse que nunca antes comprou tanto sal, mas sentiu que precisava fazer o possível para proteger sua família.
"Vim comprar sal, mas não há mais nenhum", comentou Kim Myung-ok, de 73 anos, diante das prateleiras vazias dos supermercados, apontando que "também não havia nada da última vez que vim". Ele mostrou preocupação particular com o possível impacto da água liberada nas crianças.
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A pressa em estocar contribuiu para um aumento de quase 27% no preço do sal na Coreia do Sul em junho em relação a dois meses atrás, com as autoridades também culpando o clima e a baixa produção pelo fenômeno.
Em resposta, o governo também liberou até 11 de julho cerca de 50 toneladas métricas de sal por dia dos estoques, com um desconto de 20% em relação aos preços de mercado, comunicou na quarta-feira (28) Song Sang-keun, vice-ministro da Pesca. A Coreia do Sul também proibiu a entrada de frutos do mar das águas próximas a Fukushima, na costa leste do Japão.
A China criticou igualmente o plano do Japão de liberar a água radioativa tratada, acusando Tóquio de falta de transparência e dizendo que isso representa uma ameaça ao ambiente marinho e à saúde das pessoas em todo o mundo.
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